Conteúdo/ODOC – O desembargador Hélio Nishiyama, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, negou soltar a advogada Hingritty Borges Mingotti, acusada de atuar a favor do Comando Vermelho no Estado. A decisão foi publicada na quinta-feira (9).
Ela está presa desde 12 de março, quando foi alvo da Operação Gravatas, deflagrada pela Polícia Civil. Além dela, também foram presos os advogados Roberto Luís de Oliveira, Tallis de Lara Evangelista, Jéssica Daiane Maróstica e o policial militar Leonardo Qualio.
A defesa dela entrou com um habeas corpus no TJ alegando que todos os atos praticados pela advogada foram em pleno exercício da advocacia.
Mas, mesmo assim, frisou que ela se encontra suspensa dos quadros da OAB, “inexistindo, portanto, qualquer risco de reiteração criminosa, ou contato com os outros réus presos”.
Na decisão, o desembargador afirmou que as investigações apontam que Hingritty atuou além dos limites legítimos da profissão de advogada, sendo um verdadeiro “braço jurídico” da facção criminosa.
Conforme as investigações, a advogava teria auxiliado o grupo a recuperar explosivos, armamentos e drogas. Além disso, repassava informações para os líderes da facção sobre andamento de processos, as quais não eram parte. “Assim, não se vislumbra manifesta ilegalidade no indigitado ato coator no que se refere à cautelaridade da segregação, haja vista a imperiosidade da tutela da ordem pública no caso concreto”, decidiu o desembargador.
A operação
Além dos advogados e do policial, três líderes do Comando Vermelho, que já se encontravam detidos em um presídio da Capital, também tiveram os mandados de prisões cumpridos dentro da penitenciária.
A investigação da Delegacia de Tapurah aponta que os líderes da facção criminosa se associaram de forma estruturalmente ordenada aos quatro advogados e ao policial, que realizavam diversas tarefas para além da atividade jurídica legal, ou seja, atuaram à margem da lei com o propósito de embaraçar investigações policiais, repassar informações da atuação policial em tempo real, auxiliar em crimes graves, como tortura, realizando o levantamento de dados das vítimas.
Ainda intermediaram a comunicação entre os líderes da organização criminosa, que estão presos, com outros integrantes que estão soltos.
Todos são réus na Justiça por associação criminosa para a produção e tráfico, tráfico de drogas e organização criminosa.
Fonte: odocumento