Teste: Volkswagen T-Cross 2025 muda no auge e melhora sem subir o preço


O Volkswagen T-Cross foi lançado em fevereiro de 2019 e pouco mudou em mais de cinco anos. Agora, na linha 2025, o SUV chega reestilizado no seu auge. E os números provam. No ano passado, o modelo foi líder da categoria com 72.440 vendas — seu ápice desde a estreia — e este ano segue na liderança com 19.082 emplacamentos até o final de abril. Esses números são da Fenabrave, associação que representa as concessionárias. Para os rivais, as notícias não são boas. O líder de mercado mudou para melhor e não ficou mais caro (pelo menos por enquanto).

O SUV produzido em São José dos Pinhais (PR) chega inicialmente em três versões: 200 TSI (R$ 142.990), Comfortline (R$ 160.990) e Highline (R$ 175.990). Os preços são exatamente os mesmos da linha 2024. A única versão que permanece com o visual pré-reestilização é a Sense, que custa R$ 119.890 — para saber mais detalhes, basta clicar aqui.

Em relação aos motores, no T-Cross 2025 nada muda: 1.0 TSI de 20,4 kgfm e até 128 cv nas duas primeiras versões, e o 1.4 TSI de 25,5 kgfm e até R$ 150 cv na topo de linha. O câmbio é automático de seis marchas e não há opção de câmbio manual — aposentado desde setembro de 2021.

Apesar de ter herdado muitas características do modelo europeu, o T-Cross nacional ainda não recebe o 1.5 TSI Evo2, que é uma (segunda) evolução desse atual 1.4 TSI. O propulsor deve ser oferecido de maneira isolada, aliado ao câmbio DSG automático de dupla embreagem de sete marchas com caixa banhada a óleo. Mas também deve ter outra opção eletrificada em possíveis versões micro-híbridas (MHEV) de 48V para otimizar o consumo de combustível.

Em níveis de equipamentos, o T-Cross 2025 está muito bem servido nas três versões. A 200 TSI já tem central multimídia com nova tela de 10,1 polegadas, quadro de instrumentos digital de 8 polegadas, controlador de velocidade adaptativo, frenagem automática de emergência, detector de fadiga, airbags laterais e de cortina, ar-condicionado, direção e vidros elétricos, rodas de liga leve aro 16 e faróis e lanternas de LED. Como opcional, há o pacote Interactive (R$ 2 mil) com rodas de 17″, câmera de ré, sensor de estacionamento dianteiro e retrovisores rebatíveis com tilt-down.

A Comfortline traz os mesmos itens da 200 TSI e acrescenta itens interessantes: carregamento de celular por indução, seletor de modos de condução, câmera de ré, sensor de estacionamento dianteiro, ar-condicionado digital, retrovisores rebatíveis e rodas de 17 polegadas. Entre os opcionais estão o pacote Sky View II (R$ 7.360) com teto solar panorâmico, retrovisor eletrocrômico e sensor de chuva, e o Design View (R$ 2.990) que inclui bancos com revestimento parcial de couro.

A Highline troca o motor 1.0 pelo 1.4 e, além dos itens da Comfortline, adiciona rack de teto prata, bancos com revestimento parcial de couro, retrovisor interno antiofuscante, sensor de chuva e estacionamento automático. Entre os opcionais estão o pacote ADAS (R$ 3.490), que inclui alertas de ponto cego e de saída de faixa com correção no volante e pneus autosselante, ou pacote Bi-color (R$ 2.600), com rodas de 17 polegadas diamantadas e escurecidas, logotipos, teto e retrovisores pintados de preto e pneus autosselantes e o pacote Sky View.

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Muitos esperavam que o T-Cross nacional fosse trazer o sistema IQ. Light do modelo europeu, mas isso não aconteceu. Esses faróis têm ajustes de faixa automática e luzes de curvas dinâmicas, que se adaptam conforme o movimento do carro na estrada de noite para ter mais segurança. Ao todo, são 900 lúmens de LED que iluminam até 500 metros de distância. Esse sistema de iluminação estreou no Brasil em maio de 2021 com o lançamento do Taos e depois chegou ao Polo GTS.

Outro recurso que não veio do irmão europeu foram os faróis de neblina que, curiosamente, estava presente desde a versão Comfortline na linha 2024.

Ausências à parte, o T-Cross ficou com bem mais estilo nessa linha 2025. O design é parecido ao das versões mais básicas do modelo vendido na Europa desde 2023. Na dianteira, o T-Cross reestilizado traz novos para-choque e grade, e agora os faróis têm novas divisórias e são interligados por uma barra cromada, e não iluminada de LED, como Taos, Polo GTS e Tiguan — apenas a versão 200 TSI não tem essa barra cromada.

Na traseira, o T-Cross 2025 traz lanternas com luzes de posição de LED mais grossas no formato de C, como acontece nas versões de entrada do SUV vendidas na Europa. No Velho Continente, as versões mais caras, Style e R-Line têm lanternas com guias em formato de X, mas isso não acontece no Brasil. A bem-vinda e grande novidade por aqui (finalmente!) são as lanternas de LED na traseira interligadas e iluminada que deu um ar muito mais moderno ao SUV mais vendido do Brasil.

No interior, as mudanças antecipadas por Autoesporte dias antes do lançamento se confirmara. O painel tem dois tons diferentes: cinza claro, na versão Comfortline, e preto com material imitando fibra de carbono, na Highline. A central multimídia VW Play fica destacada, enquanto as saídas de ar dianteiras estão com novo formato, assim como a moldura central do painel. Esse padrão já é adotado no SUV vendido na Europa.

Na versões Comfortline e Highline, as portas agora têm partes forradas com tecido. E, além das duas entradas USB-C na traseira, existem duas saídas do ar-condicionado em todas as versões, item que não existe em nenhuma opção do T-Cross na Europa.

Em relação ao tamanho, o T-Cross brasileiro é bem maior do que o europeu, mesmo ambos sendo feito sobre a mesma plataforma modular, a MQB A0. Por aqui, são ótimos 2,65 m de entre-eixos (o mesmo do Virtus) e 4,21m de comprimento — o SUV cresceu 13 mm na dianteira e 6 mm na traseira por causa dos novos para-choques. Na Europa, o T-Cross tem 4,12 m de comprimento (-9 cm) e entre-eixos de 2,55 m (-10 cm).

Nosso teste com a versão Highline durou pouco mais de 10 km, mas nada muda em relação ao desempenho e a experiência de dirigir. O T-Cross 1.4 tem tem um dos melhores casamentos (se não for o melhor) de motor e câmbio entre os SUVs compactos de entrada.

A aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 8,6 segundos. Para efeitos de comparação, o Jeep Renegade 1.3 turbo com seus 185 cv e 27,5 kgfm é seu concorrente mais potente, porém, cumpre a mesma marca em 8,7 s. Os números são das fabricantes.

O novo T-Cross não tem a robustez do modelo da Jeep e não passa aquela sensação de imponência típica de um SUV, mas ganha o consumidor que preza por agilidade no trânsito. Para arrancadas na saídas de semáforos, ultrapassagens e retomadas, você definitivamente não fica na mão.

O banco deixa o motorista em posição bem ereto e o ajuste de suspensão dele, e de carros da Volkswagen como um todo, é um pouco mais firme, mas não a ponto de comprometer o seu conforto.

De acordo com o Inmetro, o T-Cross 2024 com motor 1.4 TSI fazia 8,1 km/l na cidade e 10,2 km/l na estrada com etanol. Agora, os novos números apontam os mesmos 8,1 km/l na cidade e 9,8 km/l na estrada — ou seja, piorou o rodoviário.

A situação não melhora com gasolina, pois o T-Cross 1.4 2024 tinha média de 11,8 km/l na cidade e 14,3 km/l na estrada. Já a versão atualizada de 2025 faz 11,7 km/l em circuito urbano e 14 km/l em trajeto rodoviário, segundo o Inmetro.

De acordo com a Volkswagen, a variação de consumo se deve à resistência ao rolamento dos novos pneus Pirelli. Com medidas 205/55 R17, os novos compostos são do tipo de run flat que pode rodar por alguns quilômetros mesmo furado. O composto de vedação sela perfurações de até 4 mm de diâmetro e deixa o ar preso. Ou seja, traz mais segurança, entretanto, piora o consumo.

O famoso “time que está ganhando não se mexe” definitivamente não se encaixa aqui. O T-Cross precisava de uma renovação faz tempo. Como mencionado no início da matéria, 2023 foi o recorde de vendas do T-Cross em um ano com mais de 70 mil emplacamentos. Até o mês de abril do ano passado tinham sido 18.760 licenciamentos, enquanto neste ano o número é ainda maior com pouco mais de 19 mil. Pois é, quando escrevi que o SUV está no auge, não é exagero. Contra números não há argumentos.

O visual ficou mais moderno, os preços permanecem os mesmos e a lista de equipamentos de série é superior ao do anterior, mesmo sem IQ. Light e faróis de neblina. O ano ainda não chegou na metade, é verdade, porém, se o líder da categoria mais desejada do Brasil muda para melhor, é difícil imaginá-lo fora do lugar mais alto do pódio no apagar das luzes de 2024.

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Fonte: direitonews

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