Teste: Volkswagen Polo Track, por que é o queridinho dos motoristas de app?


Aposto que você viu um Polo Track na rua hoje. Nos 50 minutos que levo entre minha casa e a redação, vejo pelo menos uma dezena todos os dias. A maior parte deles parece estar sendo usada como carro de aplicativo. Ou tem um adesivo de locadora fixado na tampa traseira.

Os números comprovam essa impressão. O Polo foi o automóvel mais vendido no Brasil em 2024, com mais de 140 mil emplacamentos. Mas o dado que ajuda a ratificar a teoria do primeiro parágrafo é outro. De todas essas unidades mencionadas, quase 70% (ou 95.763) destinaram-se a empresas, tanto grandes frotistas quanto locadoras. Clientes como eu e você compraram “apenas” 31,7% do total, o que representa pouco mais de 44 mil exemplares.

Essa proporção está muito acima da média do mercado brasileiro, que vende para empresas 45% dos carros produzidos. Logo, a chance de ver um Polo Track na rua sendo usado como “carro da firma” é muito grande, ainda que, em vários casos, o motorista cumpra a função de patrão e empregado ao mesmo tempo.

Mas por que o Polo Track é o queridinho das empresas? De cara, o preço cheio, fixado em R$ 95.790, assusta. Porém, o valor para quem tem CNPJ é diferente. Aqui, vale a lógica do atacado. Quanto maior o volume, menor o preço. No site de ofertas da marca, não é incomum encontrar anúncios por menos de R$ 80 mil.

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Outro mérito da Volkswagen foi conseguir fazer um “carro popular” não parecer tosco. Maçanetas e retrovisores de plástico preto costumam demonstrar corte de custos. No caso do Polo Track, contudo, acabaram combinando com as calotas escurecidas. O para-choque diferente da versão anterior também ajuda a dar um ar de novidade ao modelo lançado quase oito anos atrás.

Quer saber outro trunfo difícil de ser colocado em números? No fim do dia, o motorista vai chegar em casa menos cansado, graças à excelente posição para dirigir. Mesmo sem ajustes do volante, não é difícil ficar confortável a bordo do hatch.

Perto do Comfortline das páginas anteriores, o Polo Track parece “pelado”, mas tem o básico que o trabalhador brasileiro espera: ar-condicionado, direção elétrica, computador de bordo, volante multifuncional e rádio com Bluetooth. Se quiser a central multimídia VW Play dos “irmãos” mais refinados, é preciso pagar R$ 1.660 extras.

Entretanto, quem busca um carro para o trabalho preocupa-se menos com esse custo e mais com os gastos com manutenção. A Volkswagen oferece as três primeiras revisões por R$ 1.889, na mesma faixa dos grande rivais, Hyundai HB20 e Fiat Argo, e quase R$ 400 mais em conta do que as do Chevrolet Onix.

Aos motoristas de aplicativo, um conselho: podem rodar com o ar-condicionado ligado, porque o consumo não vai às alturas. Em nosso teste, usando o recurso, conseguimos registrar 9,7 km/l na cidade e 16,6 km/l na estrada.

Só não fomos capazes de fazer o zero a 100 km/h em menos de 16 segundos na pista do Rota 127 Campo de Provas. O modelo é um dos veículos mais lentos do país atualmente. Como prêmio de consolação, fazendo um bom trabalho com o câmbio manual de cinco marchas é possível tirar alguma diversão de um carro voltado ao trabalho, cuja maior vocação é ir do ponto A até o ponto B de forma eficiente. Pelo consumo moderado, pela boa ergonomia e pelo espaço interno acima da média do segmento, o Polo Track mostra que é um ativo valioso para empresas que precisam de um carro racional.

Pontos positivos: Pensado como carro de trabalho, tem ótimos consumo e posição para dirigir
Pontos negativos: É um dos carros mais lentos do Brasil; acabamento deixa a desejar

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Fonte: direitonews

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