Teste: Volkswagen Polo Rock in Rio quer ser astro pop das ruas; consegue?


Ainda que tenha rock no nome, o Rock in Rio sempre foi conhecido como um festival que agrega diversos estilos musicais em um único evento. A edição deste ano, por exemplo, terá do axé de Ivete Sangalo ao rap de Travis Scott, passando pelo metal alternativo do Evanescence e chegando ao rock mais tradicional do Deep Purple. Mas a Volkswagen escolheu o mais pop de seus carros para celebrar o seu patrocínio ao festival. Nasce, assim, o Polo Track Rock in Rio, edição limitada de R$ 92.990.

A escolha não poderia ser melhor. Afinal, o Polo é o atual carro de passeio mais vendido no Brasil (visto que a Fiat Strada é um comercial leve). Até julho, foram entregues mais de 70 mil exemplares. A série Rock in Rio promete aumentar esse número em 4 mil unidades, caso todas sejam vendidas.

O preço, é preciso dizer, não é dos mais convidativos, mas os R$ 3.700 extras em relação ao Polo Track convencional podem ser explicados (em partes) pelo reforço na lista de equipamentos, além da subjetiva exclusividade.

Do lado de fora, a Volkswagen pintou teto, capas dos retrovisores e maçanetas de preto, além de incluir uma faixa da mesma cor no porta-malas, ligando as lanternas. Achou a descrição familiar? Não é coincidência. É exatamente a mesma personalização que a marca adotou no Polo Track First Edition, apresentado em fevereiro do ano passado.

A maior diferença externa é que os adesivos na base das portas têm outro grafismo. E, obviamente, a inscrição First Edition foi trocada pelo logotipo do Rock in Rio.

Dentro, a logomarca do festival reaparece no painel de plástico em preto brilhante e nos encostos dos bancos dianteiros, revestidos de tecido com costuras azuis. No apoio de cabeça, o nome do evento está estampado em baixo-relevo, dando um charme adicional. Para garantir que a música nunca falte, a central multimídia VW Play de 10,1″ e dois alto-falantes adicionais foram incluídos no pacote.

A lista de itens exclusivos, porém, é bem mais modesta que a de edições passadas. Em 2015, por exemplo, o Gol Rock in Rio tinha rodas de liga leve, sensor de estacionamento, volante revestido de couro, molduras coloridas nas saídas de ar e grade exclusiva. Nada disso está presente no Polo Rock in Rio. Uma pena.

Os recursos padrão da versão Track ainda incluem airbags laterais, ar-condicionado manual, direção elétrica, volante multifuncional com ajustes de altura e de profundidade e banco do motorista com regulagem de altura.

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Sob o capô, o hatch é regido pelo conhecido e competente motor 1.0 MPi aspirado flex de três cilindros da família EA211. São 84 cv de potência e 10,3 kgfm de torque com etanol. Já com gasolina no tanque, os números caem para 77 cv e 9,6 kgfm, respectivamente. Mas é preciso ir além da ficha técnica para analisar o desempenho desse hatch de pouco mais de 1.000 kg.

Em nossa pista de teste, no Campo de Provas Rota 127, foram 16,6 segundos para ir de zero a 100 km/h. Fosse uma música, seria “Bohemian Rapsody”, do Queen. Felizmente, a vida não é uma eterna prova de aceleração, e o Polo Rock in Rio se mostra um bom companheiro de jornadas, desde que o motorista entenda as limitações.

Motor e câmbio mostram o entrosamento dos Stones: engates curtos e precisos. Se o condutor souber fazer as trocas na hora certa, nem a subida da Serra das Araras, que separa o Rio de São Paulo, será desafio para quem voltar do Rock in Rio de carro.

A vantagem é que, se considerarmos o consumo, é possível percorrer com folga os 450 km entre as cidades só com um tanque. Segundo o Inmetro, o hatch faz 15,2 km/l com gasolina na estrada. Em nosso uso, chegamos a quase 18 km/l em rodovia, com o ar ligado. Na pista, registramos 10,8 km/l com etanol.

Nesse cenário, qualquer economia é bem-vinda. Afinal, os custos com ingressos, alimentação e estadia na capital fluminense podem pesar no bolso. A economia que poderia ter sido evitada é a que fez a Volkswagen no acabamento do Polo Track. Os únicos pontos que não recebem plástico duro em toda a cabine são os encostos de braços de quem viaja na frente. Fora isso, o material de aspecto barato domina o interior do hatch e daria um instrumento de percussão interessante.

Ademais, a edição Rock in Rio é similar a todos os outros Polos. Viajam, com conforto, quatro adultos e uma criança no meio, graças ao generoso entre-eixos de 2,57 metros, referência na categoria. No porta-malas, os 300 litros não são suficientes para todos os instrumentos de uma banda, mas ao menos dá para acomodar uma mala grande, uma pequena e algumas mochilas sem grandes problemas.

Já em clima de fim de festival, devemos dizer que a Volkswagen poderia ter caprichado mais na edição de 40 anos do Rock in Rio. Nem o preço abaixo de R$ 100 mil justifica a simplicidade que não se espera em uma série especial. Se fosse escolhido como base o Polo MPI, e não o Track, viriam itens como faróis de LED e quadro de instrumentos digital. O carro ainda seria pop, mas faria mais sucesso no palco principal do mercado brasileiro.

Ponto positivo: Dirigibilidade, consumo e central multimídia
Ponto negativo: Falta de itens exclusivos, preço e desempenho

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Fonte: direitonews

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