Teste rápido: novo BMW M235 é sedã esportivo e descolado de quase R$ 500 mil


O BMW Série 2 faz parte do pacote de três lançamentos da marca para o segundo semestre de 2025. Não por menos, a nova geração do sedã acaba de estrear no Brasil em duas versões, com motor mais potente, visual atualizado e uma lista de equipamentos mais completa.

Com esses ajustes, a BMW busca tirar o sedã-cupê do ostracismo no mercado nacional. Afinal, por aqui, a versão 218i do modelo acabava sendo ofuscada pelo irmão Série 3, que tinha o motor mais potente e preço próximo. Tanto que, no acumulado do ano, apenas seis unidades foram emplacadas. Mas, antes de entrarmos nos detalhes do carro, estes são os preços:

Como podem ver, a nova geração do Série 2 troca a versão de entrada 218i, equipada com motor 1.5 turbo de 140 cv, pela opção 220 M Sport, com motor 2.0 turbo de 204 cv de potência e 30,6 kgfm de torque. Ou seja, a partir de agora, o modelo oferece mais cavalos que o Série 3 320i, que custa R$ 346.950 e também traz um 2.0 turbo, mas de 184 cv.

Autoesporte teve a oportunidade de pilotar a configuração mais potente em primeira mão no México, durante evento promovido pela marca. O M235 volta ao catálogo após alguns anos fora do nosso mercado. A nova geração mantém o mesmo motor do 220, mas recalibrado para entregar números mais expressivos ao volante: 317 cv e 40,7 kgfm. Falaremos mais sobre a motorização em breve.

A primeira impressão foi de que o visual ficou mais próximo do irmão Série 1, que também está previsto para chegar ao Brasil em breve. Isso porque a grade de duplo-rim foi na contramão de outros modelos da marca alemã e ficou menor, o que resultou em uma maior harmonia de design.

Os faróis, por sua vez, estão mais afilados e com uma nova assinatura de luzes. Na configuração topo, o modelo tem detalhes escurecidos, mais esportivos e tem como opcional grade frontal contornada por luzes de LED.

O sedã médio com estilo cupê também traz novos para-choques, que garantem ao carro algumas mudanças no quesito dimensões. Neste caso, tem 2 cm de comprimento a mais que o predecessor, chegando aos 4,54 m. Houve também ganho de 2,5 cm na altura, que passou a 1,44 m. Já o entre-eixos de 2,67 m e a largura de 1,80 m seguem inalterados.

Embora o comprimento ajude no espaço da cabine, a altura não coopera com pessoas de estaturas médias a altas. No meu caso, que tenho 1,60 m, fica fácil se acomodar no banco traseiro, ainda mais quando o assunto é espaço para pernas. Entretanto, no máximo dois passageiros ficam confortáveis, já que o túnel central é elevado e o espaço para ombros não favorece quem vai na segunda fileira.

Entretanto, mesmo sendo um sedã com essa pegada cupê, o porta-malas tem uma boa capacidade de 430 litros. Então, facilmente o condutor vai conseguir acomodar bagagens.

Por dentro, o BMW Série 2 Gran Coupé faz jus à fama da marca com um bom acabamento e visual moderno. O visual, inclusive, é bem alinhado com a linguagem da fabricante. Mesmo com a presença de plástico rígido, os materiais são de boa qualidade. Na versão M235, há detalhes com costuras nas cores oficiais da divisão M, azul e vermelho, que aumentam a sensação esportiva no sedã.

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O novo painel, como tem virado costume nos veículos da fabricante, traz as telas de painel de instrumentos (10,25”) e multimídia (10,7”) em um mesmo conjunto. A central é bastante ágil, com comandos intuitivos e conexões para Android Auto e Apple CarPlay.

Mesmo assim, um detalhe que passou a integrar os carros da BMW, e que pode parecer simples, mas ajuda bastante, é a projeção do Google Maps ou Waze no painel de instrumentos. Na prática, o motorista tem o olhar fácil para o mapa e as direções, o que conta bastante pontos na ergonomia.

O modelo também tem outros predicados que fazem o motorista se sentir nas nuvens, como o head-up display e os bancos esportivos que dão muita estabilidade (e tem até função de massagem). A lista se completa com teto solar panorâmico e o sistema de som Harman Kardon com 12 alto-falantes.

Seja qual for a versão, o BMW Série 2 tem o motor 2.0 aliado ao câmbio automatizado de dupla embreagem e 7 marchas. Entretanto, como é de se esperar, o grande chamariz é a versão M235 xDrive. Afinal, o modelo vai de 0 a 100 km/h em 4,9 segundos.

Antes de mais nada, é importante dizer que essa é a configuração mais esportiva do Série 2 com carroceria sedã. Há, ainda, o M2, produzido apenas na variante cupê. De todo modo, o M235 já traz um pouco da “pimenta” da divisão M. Compartilha a arquitetura de suspensão formada por McPherson na dianteira e multilink atrás.

Nesse aspecto, o trabalho da engenharia foi focado em criar um ajuste mais firme. Isso porque o intuito é oferecer mais estabilidade e dinamismo na direção.

Trazendo toda essa questão para a prática de todos os locais com ruas nem tão bem conservadas: condutor e passageiros vão sentir os reflexos da pavimentação com mais intensidade na cabine. Durante uma parte do trajeto que fiz com o Série 2 no Valle de Bravo, interior do México, passei por uma estrada de pedras, o que trouxe bastante desconforto na cabine. Fora que a cautela tem de ser maior, já que a distância em relação ao solo é de apenas 14,5 cm.

Dito tudo isso, é na hora de acelerar que o carro tem o seu auge de comportamento, como esperado. Mesmo não sendo um legítimo M, o condutor consegue sentir o acerto de esportividade no sedã-cupê, em parte, graças à posição de dirigir baixa. Uma consequência é poder fazer manobras mais intensas som segurança.

Não se engane, não é nada que grude as costas no banco, mas mesmo assim o modelo entrega o torque máximo entre 2.000 e 4.500 rpm. Ou seja, uma rotação muito baixa. Portanto, força e resposta não faltam no modelo. Isso ficou claro durante as ultrapassagens no curto percurso rodoviário que fiz. Eu exigia e o modelo entregava.

Essa performance, inclusive, melhora no modo de condução Sport (além dele, também temos as opções Normal e Eficiente). O som do motor fica mais presente na cabine e é nessa opção que você consegue sentir mais as trocas de marcha do câmbio. Fora as aletas atrás do volante, que também deixam uma sensação maior de esportividade. Também vale dizer que a suspensão é adaptativa e se ajusta ao modo de condução, auxiliando até mesmo na aerodinâmica.

No geral, o BMW Série 2 Gran Coupé é o que se espera de um sedã esportivo. Entrega boas respostas e uma sensação de firmeza ao volante. Tem como ponto alto a versão topo de linha, mais esportiva e dinâmica ao volante, mas ainda sim é um bom carro para quem busca mais diversão do que conforto.

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Fonte: direitonews

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