Teste: Ram 1500 2025, como anda a nova caminhonete mais rápida do Brasil


O ditado de que não se mexe em time que está ganhando faz sentido. Só que, aparentemente, nem todos concordam com esse pensamento. A Ram, por exemplo, parece não acreditar muito nessa ideia e resolveu fazer mudanças significativas na sua caminhonete mais vendida do mundo. Afinal, a nova Ram 1500 chega à linha 2025 sem o seu tradicional motor V8. Mas, por incrível que pareça, é preciso admitir que o risco valeu (bastante) a pena.

Autoesporte foi até Dallas, no Texas (Estados Unidos), para conhecer a picape grande de perto antes da estreia oficial no Brasil. Mas antes de trazer as primeiras impressões e explicar as melhorias, já aproveito para contar os preços.

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A Ram 1500 deve chegar às lojas em novembro e vai ser vendida em duas versões no nosso mercado. A primeira delas é a Laramie, que custa R$ 540.990. A segunda é a Laramie Night Edition, que tem visual escurecido e valor de R$ 555.990.

Veja abaixo:

E eu poderia começar apresentando as diferenças entre as versões, mas acho que primeiro preciso esclarecer logo a polêmica da motorização. Portanto, como já dito, a Ram 1500 abandonou aquele conhecido motor V8 5.7 Hemi que entregava 400 cv de potência e 56,7 kgfm de torque. E eu sei. É estranho deixar de lado um V8 — ainda mais neste caso.

Só que, no lugar, há um 3.0 biturbo de seis cilindros em linha a gasolina, com injeção direta, da família Hurricane, a mesma que equipa a Rampage. O câmbio é automático de oito marchas. O que isso significa? Que a nova Ram 1500 melhorou em diversos quesitos.

Para início de conversa, está mais potente. Agora entrega 426 cv de potência e 64,8 kgfm de torque. Ou seja, está com 26 cv e 8,1 kgfm extras. Aliás, com este novo número, só não é a caminhonete mais potente do Brasil porque ainda fica atrás da BYD Shark, a picape híbrida plug-in que tem 480 cv.

Por outro lado, agora ocupa o topo do pódio quando falamos em agilidade. Isso porque o propulsor é produzido em bloco de alumínio fundido, o que faz as respostas serem mais rápidas. Desta maneira, a nova marca de 0 a 100 km/h da Ram 1500 é de 5,3 segundos. Número suficiente para superar a antiga líder Ford Ranger Raptor e seus 5,8 s. Afinal, a picape da Ram está 1,1 s mais rápida. Bastante diferença. A Shark cumpre a meta em 5,7 s,

O que também mudou foi o consumo de combustível. De acordo com o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), a picape agora faz 6 km/l na cidade e 7 km/l na estrada. Antes, eram 5,4 km/l e 6,8 km/l, respectivamente.

Claro que o dono de um veículo como esse não deve se preocupar tanto com gastos com gasolina. Mesmo assim, essa é mais uma para a lista de evoluções da nova 1500, que, vale lembrar, também está com menores níveis de emissões, porém, esses números não são divulgados.

A tração funciona de maneira convencional no modo 4×2, enviando a força às rodas traseiras, mas pode ser convertida em 4×4 ao simples toque de um botão localizado à esquerda do já conhecido seletor circular de marchas. Há ainda cinco modos de condução: automático, reboque, Sport, Neve e Off-Road.

O tempo de teste curto, de cerca de 30 minutos, não me permitiu sentir tantas impressões da Ram 1500. Ainda assim, é possível dizer a caminhonete não decepciona quando se pisa fundo no pedal do acelerador. O novo motor conseguiu a difícil missão de substituir o V8 e dar conta do recado (e dos 2.663 kg da picape). Assim, permite que o motorista faça ultrapassagens com segurança. O que você vai sentir falta mesmo é o ronco do motor.

O peso da picape, aliás, não fica perceptível quando se está sentado no banco do motorista. E com carga na caçamba, provavelmente deve manter esse padrão. Afinal, a Ram 1500 é a única do Brasil equipada com suspensão a ar, conhecida como Active-Level.

Na prática, cinco níveis de ajustes estão disponíveis e são feitos automaticamente de acordo com o nível de carregamento da caçamba. O condutor, obviamente, também pode acionar o que precisa por comandos pela chave presencial ou através da central multimídia.

Há opções para melhorar o coeficiente aerodinâmico ou até para ajudar a entrar ou sair da cabine, já que são 2,02 metros de altura. Junto disso, o estribo é elétrico. Basta abrir a porta e um verdadeiro degrau aparece do assoalho do carro.

A picape também é bem confortável, mas não é exagero dizer que poderia ser mais. Isso porque balanços significativos apareceram mesmo no asfalto liso do Texas — o que deve diminuir com a presença de carga na caçamba. Falando nisso, são 1.200 litros de volume e apenas 557 kg de capacidade de carga — antes tinha 528 kg. Mesmo assim, é um número muito baixo para uma picape deste porte.

A título de comparação, a Chevrolet Silverado, principal rival, oferece 1.781 litros e 716 kg. Mas é possível puxar até 4.490 kg no reboque. A concorrente tem apenas 4.128 kg nesse quesito.

Dentro, o revestimento da caçamba é feito com um material mais sofisticado, que não é plástico. Há ainda iluminação interna, divisores e capota marítima. Tudo de série. A porta do compartimento de cargas tem abertura e fechamento elétricos (e pela chave), além de um sistema de amortecimento que evita o tombamento descontrolado da peça, que é bastante pesada.

Para acessar as cargas, há também um pequeno degrau rebatível que fica escondido na parte inferior do para-choque — e que deveria também ser elétrico. Nas laterais, dois porta-objetos com chave chamados de Rambox permitem que se acomode volumes menores — a capacidade volumétrica é de 107 litros cada. E para ter mais autonomia, a Ram escutou as reclamações dos clientes e ampliou o tanque de combustível, que agora tem 125 litros (eram 98 l).

Voltando ao início da conversa: hora de contar as diferenças entre as versões. Na linha 2025, a Ram 1500 traz nova grade, novo para-choque, faróis e um logo renovado da marca em todas as configurações. Só que, na Laramie, os detalhes são cromados. Na Night Edition, tudo é preto, há um detalhe no capô e máscara negra.

Na lateral, as rodas podem ser diamantadas de 20 polegadas na configuração mais barata ou pretas de 22 polegadas na mais cara. Na traseira, as lanternas e o para-choque também são novos.

Quando sentamos na segunda fileira de bancos, espaço não falta. Dá para viajar por horas de maneira confortável curtindo os 3,67 metros de entre-eixos. Além disso, os bancos são aquecidos e reclináveis. Isso significa que é possível aumentar a área para colocar mais algum objeto se for preciso. Para completar, tem porta revistas, porta-objetos no assoalho plano, saídas de ar-condicionado, quatro entradas USB (sendo duas do tipo C) e até uma tomada de verdade.

No banco do motorista, o painel de instrumentos digital, configurável e de 12,3 polegadas chama atenção. Mais para cima aparece o head-up display de 10 polegadas, uma telinha que fica na visão do condutor e mostra as principais informações do carro.

Só que o que a parte mais legal certamente fica mais para o lado. Isso porque a Ram 1500 tem a maior central multimídia da categoria. São 14,5 polegadas em formato de tablet, na vertical. Há conectividade com Apple CarPlay e Android Auto sem a necessidade de fio, mas a Ram colocou mais seis entradas USB no local. Eu nunca vi tantas. Fora isso, ainda há dois carregadores de celular por indução.

O acabamento é de luxo, assim como o esperado para uma caminhonete deste valor. Há couro por todo o lado e outros materiais nobres. Também são duas opções de cores. Na Laramie, é bicolor e mistura bege com marrom. Na Night Edition, é tudo preto.

Já falando de tecnologias, a nova Ram 1500 é equipada com câmeras 360° de boa qualidade, o que facilita as manobras de uma picape de 5,90 metros. O retrovisor é digital (por câmera) e o som é premium, Harman Kardon, com cancelamento de ruído. O ajuste dos bancos é elétrico e há teto solar panorâmico.

A lista de equipamentos ainda ganhou alguns incrementos. Agora tem assistente de permanência em faixa, detector de fadiga, reconhecimento de placas, detecção de tráfego e assistente de manobras evasivas. Seis airbags, piloto automático adaptativo (ACC), alerta de tráfego traseiro cruzado, frenagem autônoma de emergência e detecção de pedestres já faziam parte do pacote.

Dito isso, fica claro o porquê a Ram prefere não ligar para essa história de que em time que está ganhando não se mexe. Afinal, com a Ram 1500, conseguiu provar que é possível fazer alterações polêmicas e, ainda assim, trazer boas melhorias. Só resta saber se todos os puristas vão concordar que o risco valeu a pena.

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Fonte: direitonews

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