Teste: Omoda 5 HEV faz 23,3 km/l e roda 1.200 km com um tanque


Com o preço médio da gasolina acima de R$ 6 há muito tempo, comprar um carro que gasta pouco combustível virou prioridade para muita gente. É com esse apelo de economia, com consumo acima de 23 km/l na cidade, que o novato Omoda 5 HEV acaba de ser lançado por R$ 184.990 na versão topo de linha, Prestige, para brigar com Jeep Compass e Toyota Corolla Cross. A opção de entrada, Luxury, é um pouco mais em conta: R$ 159.990.

Chamado pela marca chinesa de SHS (Super Hybrid System), o conjunto é híbrido pleno, tal qual o da família Corolla, e tem bateria de 1,8 kWh de íons de lítio sem recarga externa.

O motor 1.5 TGDI turbo a gasolina com injeção direta de 135 cv, o mesmo do Jaecoo 7, trabalha em ciclo Miller e em conjunto com outro propulsor elétrico dianteiro. Juntos, entregam 224 cv de potência e 30,1 kgfm de torque combinados. O câmbio é DHT (Dedicated Hybrid Transmission), com uma marcha mecânica e múltiplas variações geradas pelo motor elétrico.

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O Omoda 5 HEV é bonito, mas segue bem a cartilha da nova onda de carros chineses no Brasil, com uma grade enorme e luzes diurnas de LED afiladas para dar uma cara invocada. O modelo tem grade com divisórias internas em formato de pequenos losangos que se entrelaçam, com acabamento de preto brilhante. Os faróis de LED ficam mais abaixo, em posição vertical.

Na traseira, as lanternas de LED também são interligadas — como na maioria dos conterrâneos vendidos por aqui. No para-choque, parece que a saída de escapamento é dupla; porém, é só um jogo visual: a verdadeira saída é simples e camuflada. O porta-malas tem abertura elétrica e capacidade para 372 litros, o que não é muito considerando que se trata de um SUV cupê médio.

Compass e Corolla Cross têm compartimentos de 410 l e 440 l, respectivamente. Outro detalhe, este quase inaceitável para um veículo com esse porte e preço, são os freios traseiros a tambor. O Omoda tem 4,44 metros de comprimento, 1,82 m de largura, 1,59 m de altura e 2,61 m de entre-eixos.

Na cabine, a Omoda Jaecoo se esforçou para criar um ambiente aconchegante para os ocupantes traseiros do Omoda 5 HEV. Há saídas de ventilação, tomadas USB (dos tipos A e C), apoio de braço central com porta-copos e apoios de braço macios nas portas. Mas o espaço para uma pessoa da minha altura — 1,87 m —, já com o banco ajustado para mim, não é dos melhores para as pernas, e a cabeça encosta no teto.

Em suma, o SUV cupê parece maior por fora do que por dentro. A unidade que avaliamos é pré-série, o que significa que não está 100% pronta como as versões de produção. Segundo a fabricante, cerca de 98% do que vimos serão iguais no produto final.

Sentado no banco do motorista, me deparo com uma luz laranja de advertência no painel, com uma exclamação (!) dentro de um triângulo. De acordo com a Omoda, é apenas um alerta que indica ser um protótipo. O painel de instrumentos e a central multimídia, cada um com 12,3″, são integrados. Por ser um pré-série, a conexão com o Apple CarPlay sem fio demorou um pouco para acontecer e, depois, apresentou instabilidade.

O console central é elevado e tem dois andares, algo bom para o motorista que gosta de ficar separado do passageiro. A parte de cima é bem distribuída, com freio de estacionamento eletrônico, dois porta-copos e carregador de celular por indução. A parte inferior se transforma em um enorme porta-objetos com outras duas tomadas USB (tipos A e C) e uma tomada de 12V.

Ao menos na versão Prestige, topo de linha, o acabamento é muito bom: a superfície do painel é toda emborrachada e a parte central, revestida de vinil. O banco do motorista tem ajustes elétricos e o volante, regulagem manual de altura e de profundidade. A alavanca do câmbio fica no canto direito da coluna de direção, como nos carros da Mercedes-Benz, principalmente.

Nos primeiros quilômetros com o Omoda 5 HEV, em baixa velocidade na cidade, a sensação é a de estar guiando um carro elétrico, com desempenho suave e silêncio a bordo. A suspensão é firminha e espelha bem as irregularidades do solo — como em um Volkswagen.

Um ponto negativo é que o carro raspa com frequência, pois o vão livre do solo é de apenas 14,5 centímetros, número mais próximo de um hatch que de um SUV. Por outro lado, a suspensão traseira é multilink, mesma arquitetura do Jeep Compass. O Corolla Cross adota eixo de torção, uma solução mais simples.

No teste de consumo de Autoesporte, com o ar-condicionado ligado, a média foi de 23,3 km/l. Como o tanque tem 51 litros, a autonomia urbana é de incríveis 1.188 km. Da minha casa até a redação, ida e volta, são 14 km. Se eu usasse o Omoda 5 HEV apenas para trabalhar, daria para ir e voltar 85 vezes sem precisar reabastecer.

Como todo híbrido, o SUV cupê da Omoda Jaecoo tem consumo rodoviário pior, já que as acelerações são mais constantes e há menos recuperação de energia das baterias em frenagens ou desacelerações. Por isso, marcou 18,9 km/l, ainda um número excelente, capaz de render um alcance de mais de 960 km entre cada visita ao posto em viagens mais longas.

Por falar em rodovias, ao pisar mais fundo no acelerador nota-se certo tranco nas retomadas. Em alguns momentos, parece até que o carro acelera mais do que o movimento do pé indica — pode ser um reflexo de ainda ser uma unidade pré-série.

O SUV não é dos mais leves (1.546 kg). Tem relação peso/potência de 6,9 kg/cv e peso/torque de 51,4 kg/kgfm. Ainda assim, o 0 a 100 km/h de fábrica é bom: 7,9 segundos. Mesmo com mais de 1,5 tonelada, o carro tem frenagens suaves, especialmente na estrada, além de boa dinâmica nas curvas, com pouca rolagem da carroceria. Um ponto que incomoda é o isolamento acústico, pois há muita interferência externa na cabine.

Como itens de série, a versão Prestige oferece sete airbags, retrovisores externos com rebatimento elétrico e aquecimento, bancos dianteiros com aquecimento e ventilação, ar digital de duas zonas, teto solar elétrico (com persiana manual), câmera 360 graus e sensores de estacionamento traseiros e dianteiros.

Por R$ 185 mil, o Omoda 5 HEV é mais barato do que Compass e Corolla Cross, mas peca em alguns aspectos para um SUV desse porte, como a altura em relação ao solo e o espaço interno. O pacote de equipamentos é bem servido, principalmente em segurança. Quando colocamos tudo na balança, o consumo pesa mais que qualquer outro fator. Você pode ir de São Paulo ao Rio de Janeiro e voltar sem precisar fazer escala no posto de combustível, por exemplo.

Desbancar Jeep Compass e Corolla Cross é uma missão difícil e que deve levar tempo — se é que acontecerá algum dia. Mas se você quer poupar tempo (e seu bolso), e visitar seu amigo frentista só de vez em quando, o Omoda 5 HEV é, sem dúvida, um bom aliado para levá-lo mais longe do que qualquer rival.

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Fonte: direitonews

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