Teste: novo Audi Q5 está no ponto para recuperar clientes de BMW e Mercedes


Contextualizar o cenário de um teste é fundamental para o leitor entender até onde nossas percepções podem chegar. Ao ficar uma semana com o carro, pode-se extrair o máximo que precisamos. Já em condições com distâncias curtas e tempos cronometrados, as primeiras impressões são as que ficam. Com o novo Audi Q5 nosso contato aconteceu numa das melhores (e mais divertidas) condições possíveis: em uma Autobahn alemã, as famosas rodovias sem limite de velocidade.

A terceira geração do Q5 já está em pré-venda no Brasil e os preços são de R$ 399.990 para o SUV e R$ 429.990 para o Sportback. Os interessados podem reservar o modelo com condições especiais até o final de setembro e os carros chegarão a partir de outubro.

O Audi Q5 chega, claro, para concorrer com dois conterrâneos: BMW X3, que terá uma nova versão híbrida leve no Brasil até o final do ano, e Mercedes-Benz GLC, que mudou há não muito tempo.

No Brasil, o novo Q5 terá apenas o motor 2.0 TFSI a gasolina da família EA888, que agora desenvolve 272 cv (contra 265 cv da geração passada) e 40,8 kgfm (contra 37,7 kgfm). O câmbio é sempre automatizado S-Tronic de sete marchas e dupla embreagem, ligado ao sistema de tração integral quattro.

E, partir desta terça-feira (16), o SQ5, variante esportiva do utilitário, também entra em pré-venda com valores de R$ 624.990 para o SUV e R$ 639.990 para o Sportback. Ambos são equipados com o motor V6 3.0 TFSI a gasolina de 367 cv e 56 kgfm e o mesmo câmbio tomatizado S-Tronic de sete marchas e dupla embreagem do Q5 sem a dose extra de pimenta.

Nosso teste foi entre as cidades de Munique (Alemanha) e Salzburg (Áustria), que são separadas por 140 km de distância. É importante dizer que dirigimos a versão menos potente do motor 2.0 TFSI, que entrega 204 cv e 34,67 kgfm, e tem o mesmo câmbio de sete marchas de dupla embreagem. Ou seja, não é o motor que teremos por aqui.

As ruas da capital da Baviera fazem inveja a qualquer amante de carro. E não estou falando só do asfalto impecável, mas também porque você vê carros de BMW e Audi na mesma proporção que vemos Chevrolet Onix e Hyundai HB20 pelas ruas de São Paulo. E não é exagero.

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Poucos quilômetros após sair do hotel, já estamos nas autoestradas alemãs que, em muitos trechos, não têm limites de velocidade — são as famosas Autobahn. É um dos poucos lugares no mundo, fora dos autódromos, que os motoristas podem acelerar sem se preocupar com multas. Mas, claro, não é uma terra sem lei. E atualmente até a inteligência artificial ajuda a controlar o fluxo e a segurança.

Em áreas residenciais, seja lá qual for a condição, as velocidade sempre ficam entre 50 km/h e 60 km/h. No restante, os limites ficam em 80 km/h, 100 km/h e 120 km/h. Quando surge a tal placa branca com um risco preto na diagonal, afundar o pé no pedal do acelerador sem culpa está liberado. E é exatamente assim que começa minha experiência.

Logo que entro na rodovia A8, o limite de velocidade está suspenso. E sei disso pelo quadro de instrumentos digital com tela de 11,9 polegadas que me mostra em tempo real o limite da via. Afundo o pé no acelerador, a turbina enche e os 204 cv chegam a 5.200 rpm. Não dá para dizer que o desempenho empolga, mas o SUV de 1.998 kg tem um ótimo fôlego pelo porte.

Mesmo onde não há limite, existe uma recomendação para manter uma velocidade máxima de 130 km/h. Porém, os motoristas excedem essa recomendação, inclusive eu — e não há qualquer tipo de infração para quem fizer, é totalmente legal. Chego aos 165 km/h e logo preciso acionar o pedal dos feios, pois o limite volta para os 120 km/h.

O SUV tem freios de discos ventilados nas quatro e frenagens bem suaves. No caso, o carro está com dois passageiros e sem bagagens. Quem for pego dirigindo acima do limite de velocidade em áreas com limitações enfrenta leis bastante severas. Você recebe multas e pode até perder a habilitação. E, como as rodovias são monitoradas por diversas câmeras e radares, a polícia fica sempre de prontidão para ir atrás de quem descumprir as regras.

Os sistemas de monitoramento de tráfego utilizam sensores e câmeras alimentados por inteligência artificial para monitorar a velocidade dos carros em tempo real. Essas tecnologias aumentam a eficiência da fiscalização e ajudam as autoridades a identificar áreas de risco e que precisam ter a velocidade reduzida. Então é preciso estar sempre atento, porque um trecho sem limite rapidamente pode ter alguma alteração por conta de trânsito, acidente ou obra.

A terceira geração do Q5 tem um novo volante de couro de raios duplos, multifuncional e paddle-shifts com itens cromados. Para quem gosta de ter mais controle sobre as trocas de marchas, isso é ótimo dentro de uma Autobahn.

Assim como no SUV que testamos na Europa, o modelo que virá ao Brasil traz equipamentos de segurança como sete airbags, controle de velocidade adaptativo (ACC), alerta de saída de faixa (Lane Departure Warning), assistente de estacionamento (com sensores dianteiro e traseiro), frenagem de emergência, assistente de mudança de faixa e assistente de tráfego transversal dianteiro.

Há também detector de atenção e sonolência do motorista. Definitivamente, isso sequer deu às caras com tanta adrenalina que é dirigir na Autobahn. Qualquer motorista fica empolgado com a ideia de dirigir sem limite de velocidade em uma via pública e atingir 210 km/h. Requer foco total, mas a adrenalina de ver o velocímetro subir feito um cronômetro é inexplicável. Só sentido para saber. E o Q5 prova que com “apenas” 204 cv, você pode se divertir.

Alguns recursos ajudam muito o motorista a não desviar o olhar do movimento intenso das vias. O head-up display com ajuste de tamanho dos números é um deles. Entretanto, melhor do que isso, é que dá para espelhar a multimídia no painel de instrumentos para seguir o mapa, assim você não precisa ficar olhando para a tela de 14,5 polegadas no centro do painel.

E se ainda precisar de um copiloto, ainda há uma terceira tela de 10,9″ exclusiva para o passageiro. Entretanto, a Audi ainda não confirma a chegada deste item. O que podemos cravar é que, apesar do modelo europeu não ter teto-solar, certamente o item será oferecido no Brasil.

O SUV é bem grande, são 4,71 m de comprimento, 1,89 m de largura, 1,65 m de altura e 2,82 m de distância entre-eixos. Comparado ao seu antecessor, o Q5 está 3 cm mais comprido. Já o porta-malas tem capacidade de 520 litros no SUV e 515 litros no Sportback.

O espaço interno garante um ótimo conforto para os passageiros do banco traseiro. Eu, com 1,87 m e o banco do motorista já ajustado, não tive o menor problema para as pernas e nem para a cabeça — nem nas carrocerias com caimento cupê. Tem saídas de ar-condicionado, duas portas UBS (tipo C), e uma zona independente de ar-condicionado, porém, o túnel central elevado é com certeza um problema para quem vai sento no meio.

As duas variantes do Q5 compartilham o mesmo estilo de design, com o diferencial da traseira com caimento exclusivo no caso do Sportback. Na dianteira, destaque para a grade frontal ampla e combinada com grandes entradas de ar. Os faróis, por sua vez, integram tanto as luzes principais quanto os LEDs diurnos.

Já na traseira, o SUV médio acompanha o Q8 e-tron e traz lanternas interligadas com assinatura luminosa única (incluindo setas dinâmicas). Na região inferior do para-choque, destaque para as duas saídas de escape. Nas laterais, os dois têm as rodas de 20 polegadas calçadas por pneus 255/45.

Sempre na versão Advanced, Q5 e Q5 Sportback terão de série no Brasil, além dos itens mencionados, equipamentos como ar-condicionado automático de três zonas, bancos dianteiros com apoio lombar e ajustes elétricos, luz ambiente com 30 cores disponíveis, tampa do porta-malas com abertura e fechamento elétrico, volante de couro de raios duplos, multifuncional e paddle-shifts com itens cromados.

Aos interessados, é possível comprar o novo Q5 nas cores Branco Arkona, Azul Navarra, Branco Geleira, Prata Florete, Preto Mito, Verde Distrito ou Vermelho Gradina. Por dentro, são oferecidas três cores: preto, bege ou marrom.

Se o desempenho do Q5 não empolga tanto, ao menos nessa versão de 204 cv, o SQ5 é o oposto. O contato foi bem mais rápido, mas o V6 não é discreto e requer bem mais atenção do que a opção 2.0 TSFI. Para níveis de comparação, de acordo com o Audi, o modelo que será vendido no Brasil de 272 cv acelera de 0 a 100 km/h em 6,4 segundos, que já é um número bom para o SUV desse porta.

No caso da variante esportiva, esse número é de 4,5 s, ou seja, 2 s a menos praticamente. E se no caso do Q5 a velocidade máxima foi de 210 km/h, aqui no SQ5 a máxima é de 250 km/h.

Por ser mais agressivo, o SQ5 traz nove airbags. Além disso, também há controle de velocidade adaptativo (ACC), alerta de saída de faixa, assistente de estacionamento, frenagem de emergência, assistente de mudança de faixa e assistente de tráfego transversal dianteiro, ar-condicionado digital de três zonas, faróis Matrix, teto solar, bancos esportivos, quatro saída de escapamento, rodas de 21 polegadas, suspensão esportiva e acabamento interno exclusivo.

Já em relação ás cores, serão nove opções: Branco Arkona, Branco Geleira Azul Navarra, Azul Ultra, , Bege Sakhir, Preto Mito, , Verde Distrito, Vermelho Gradina e Cinza Daytona.

*A ficha técnica abaixo é referente ao Q5 Sportback que será vendido no Brasil

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Fonte: direitonews

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