Teste: Mini Cooper evolui pouco e se torna refém do próprio visual


Uma das acepções do termo “ícone” é para descrever o que é emblemático. E o Mini Cooper é um exemplo perfeito disso. O ícone britânico tem linhas marcantes e rapidamente reconhecíveis, até mesmo nessa quinta geração. Isso traz um lado positivo, mas também pode ter aspectos negativos. Autoesporte pode viver tudo isso no contato breve e divertido que teve com a nova versão cinco portas do Mini Cooper. O hatch chega ao mercado em duas versões: a Exclusive, por R$ 249.990, e a Top, por R$ 279.990.

O bom de ser um ícone é ser facilmente identificado no meio dos “comuns”. A silhueta achatada com colunas marcantes e carroceria voluptuosa ajudam o Mini Cooper a ser notado com facilidade. Nessa nova geração os faróis ficaram ainda mais arredondados e a grade mudou. A sensação é de um design mais fluido

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Na traseira fica mais fácil identificar a nova geração. As lanternas ganharam design triangular, ainda com a bandeira estilizada nos LEDs. É verdade que esse efeito é mais sutil nesse novo Mini Cooper. Uma barra em preto brilhante agora atravessa toda a tampa do porta-malas e conecta as duas lanternas. No para-choque traseiro há um par de refletores verticais.

E aqui vem um dos aspectos negativos de ser um ícone: o visual do Mini é tão marcante que é um desafio evoluir o design. São tantas características que precisam ser mantidas, que um cliente pode não perceber as qualidades da quinta geração do hatch. Deve ser por isso que a marca foi bem mais ousada nas mudanças da cabine.

Ao sentar no novo Mini Cooper, parece que fui transportado para um filme do De Volta para o Futuro. Os roteiristas tinham de imaginar como seriam as tecnologias dos anos 2000, mas usando o design de décadas atrás. Isso pode resultar em carros engraçados (estou falando de você Chevrolet SSR), ou gratas surpresas como o novo Mini.

Com o avanço das tecnologias em telas e ergonomia, a Mini pode entregar agora o clássico mostrador redondo com menor espessura e muito mais recursos. São 24 cm de diâmetro na tela OLED com boa visibilidade. É intuitivo navegar pelos menus e, claro, customizar. É possível colocar uma foto pessoal como plano de fundo, igual um smartphone, ou até brincar de DJ com um vinil virtual. As pontas dos dedos deslizam para remixar a música.

O restante dos comandos como alavanca de câmbio, botão de partida e seletor dos modos de condução foram miniaturizados na parte inferior do painel. Os materiais são bons e encaixados com precisão. Este novo Mini Cooper entrega a combinação de design descolado com tecnologia e qualidade de construção. Mas será que a diversão ao volante foi sacrificada?

Eu já pude acelerar todas as iterações do Mini desde que a marca chegou oficialmente ao Brasil em 2008. E sempre que eu descrevia o quão divertido é acelerar o compacto, ainda mais na versão John Cooper Works, percebia certa dúvida em parte das pessoas. No entanto, quem tinha oportunidade de dirigir o pequeno concordava na hora. Essas pessoas sabiam que o Mini não era só um visual retrô.

Na versão cinco portas, o Cooper é 17,2 cm mais comprido que o seu irmão de duas portas. O entre-eixos também é maior, são 7,2 cm extras. Isso para acomodar portas e dar praticidade para os passageiros no banco traseiro. A boa notícia é que ao volante o Mini Cooper mantém a personalidade apimentada. Porém, vale a pena esperar a versão John Cooper Works para bater o martelo.

O motor é 2.0 turbo com 204 cv de potência e 30,6 kgfm de torque. Esse propulsor usa ciclo Miller ao invés do mais tradicional ciclo Otto. No Miller as válvulas de admissão ficam abertas por um período maior, o que prolonga a fase de expansão. Combinada à sobre-alimentação pelo turbo, essa escolha da engenharia melhora a eficiência do motor quatro-cilindros. O câmbio é automático de dupla embreagem com sete marchas. A tração é, claro, dianteira. A aceleração até 100 km/h demora 6,6 segundos e a velocidade máxima é de 240 km/h.

O Mini Cooper cinco portas alivia os incômodos de ter um carro cupê, mas não dá para imaginar que o hatch será a primeira escolha de uma família. Como opção para aquele passeio divertido, o Cooper atende muito bem. As evoluções da cabine melhoram a experiência. E a sensação de segurança aumenta com as tecnologias de controle de velocidade adaptativo, assistente de saída de faixa, park assist, e outros. O Mini Cooper é refém de seu próprio sucesso, o que é bom no fim das contas.

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Fonte: direitonews

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