O Mini Aceman já chegou ao Brasil. Autoesporte foi a única mídia nacional a participar do primeiro teste do modelo para a imprensa e revela como é guiar o inédito crossover elétrico. Com porte de SUV compacto, o Aceman desembarca em nosso país para preencher o espaço entre os novos Cooper e o Countryman, o mais avantajado da família.
As linhas robustas, uma aspiração obsessiva dos tempos modernos, estão presentes no modelo. Suas dimensões são similares às de um Fiat Pulse: 4,08 metros de comprimento, 1,75 m de largura e 1,51 m de altura. Já o entre-eixos é o mesmo do Renault Kardian, 2,61 m, o que garante um bom espaço interno, embora o porta-malas tenha apenas 300 litros.
Leitores mais filosóficos notarão que o Mini Aceman é um típico representante do mundo globalizado. A marca é inglesa (o estilo do carro remete ao Cooper original, de 1959, com alusões à bandeira do Reino Unido), mas pertence à alemã BMW, e a produção do modelo é na China, em parceria com a GWM. E com motorização sempre elétrica. Sinal dos tempos.
O Aceman E, de entrada, tem 184 cv e 29,6 kgfm. Vai de zero a 100 km/h em 7,9 segundos, tem máxima de 160 km/h e suas baterias de 40,7 kWh geram autonomia de 309 km (no ciclo WLTP). A versão que testamos, SE, é mais potente e tem maior alcance: as baterias de 49,2 kWh e arquitetura de 400 volts rendem 218 cv e 33,6 kgfm, a autonomia é de 405 km (WLTP) e o zero a 100 km/h é feito em 7,1 s — a diferença nessa prova é pequena, mas a velocidade máxima sobe para 170 km/h.
Antes, porém, de seguirmos com a avaliação, confira os preços e versões do Mini Aceman no Brasil:
Como todo elétrico, o Aceman SE tem torque entregue de modo imediato. É uma receita que cai bem a uma marca que sempre apostou no “go-kart feeling”. Mas a sensação ao volante não é exatamente a de guiar um kart.
A percepção de que o carro é ligeiramente mais alto e largo que o Cooper não escapa ao motorista, mas o Aceman oferece equilíbrio entre diversão e espaço, fator importante para uma parcela do segmento que a Mini não quer mais ignorar. Afinal, não é preciso ser solteiro e não ter filhos para ser descolado.
Durante o teste, o Aceman respondeu bem a investidas repentinas no pedal. Potência e torque são suficientes para dar agilidade aos 1.785 kg do SUV. Baterias sempre complicam a relação peso/potência, mas o novo Mini se vira bem nesse dilema. As retomadas são mais modestas. No geral, o Aceman privilegia uma aceleração mais progressiva e conforto.
É possível escolher entre oito modos de direção (Go-Kart, Vivid, Core, Green, Timeless, Balance, Trail e Personal), porém o efeito no comportamento do carro pouco se nota. As alterações nas luzes da cabine, as informações no console central e os sons que simulam barulhos do motor são mais dramáticos. O modo Personal possibilita usar fotos do celular do motorista para fazer projeções na cabine.
O Aceman tem assistente de permanência em faixa, controle de cruzeiro adaptativo (ACC) e frenagem autônoma emergencial, entretanto o sistema Adas é menos avançado que o de outros carros da BMW: não ajusta a velocidade automaticamente conforme as placas e tampouco troca de faixa “sozinho”.
O modelo tem, ainda, o eficiente assistente de estacionamento visto em outros veículos do grupo. O Aceman identifica bem o espaço das vagas e pode iniciar as manobras autonomamente, além de exibir linhas indicativas e pontos cegos no painel, fazendo bom uso de câmeras externas e sensores. E pode ser estacionado remotamente por celular, um recurso mais exibicionista do que efetivo.
Falando em smartphone, este se torna chave de aproximação com o app da marca, que permite controlar funções como buzina, travas, faróis e ar-condicionado.
A recarga rápida em corrente direta (DC) chega a 75 kW no Aceman E e 95 kW no SE. Assim, é possível recarregar de 10% a 80% em menos de 30 minutos. A bateria de alta voltagem também pode ser ajustada para a temperatura ideal, deixando o carregamento mais eficiente.
O interior é bem acabado, com a mistura de moderno e retrô que se espera da Mini. Ponto para a textura dos tecidos e os harmônicos detalhes coloridos na área superior do painel. A tela circular Oled de 24 cm de diâmetro remete ao painel analógico do Cooper. Sim, aquele que parecia uma balança Filizola de açougue. Mas, claro, tem a modernidade esperada em 2025.
Sensível ao toque, permite controlar GPS, multimídia, telefone, instrumentação, assistências de direção, climatização, apps e até games e vídeos. Uma simpática ponte entre a nova realidade e os elementos clássicos da Mini.
Para tios do pavê, como este repórter, existem controles manuais para funções essenciais logo abaixo da tela digital. São atalhos bem-vindos quando a atenção do motorista está em disputa. Há, ainda, comando de voz da Alexa, que no Aceman atende por “Hey, Mini”. O navegador GPS oferece indicações festivas (e muito úteis) em realidade aumentada ao estilo Mario Kart, como nos BMW. Mas o head-up display é mais simples que o de um X3 ou Série 5.
Já o design faz pensar em um novo Cooper anabolizado, com faróis sextavados, para-choques mais robustos e para-lamas bojudos. As lanternas traseiras são convencionais e a tampa do porta-malas é mais proeminente. O Mini Aceman, na faixa de R$ 300 mil, ocupará no Brasil a lacuna entre Cooper e Countryman.
Pontos positivos: Equilíbrio entre desempenho e conforto
Pontos negativos: Proposta de preço para o seu porte; porta-malas
Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.
Fonte: direitonews