Teste: Hyundai HB20 Platinum Safety é para ter segurança sem gastar muito


É possível ter um carro cheio de equipamentos de segurança sem precisar investir R$ 150 mil? Sim. O Hyundai HB20 Platinum Safety 2024 (nome comprido, né?) é prova disso. A nova versão do hatch compacto traz itens de segurança ativa, o popular pacote ADAS, que vão agradar compradores que prezam pela segurança, mas não querem um carro tão grande (ou caro).

Para esses, o novo HB20 Platinum Safety pode ser a medida certa. Seja no preço, de R$ 114.390, ou no tamanho. Afinal, em dimensões, ele tem apenas 4,02 metros de comprimento, 1,72 m de largura, 1,47 m de altura e 2,53 m de entre-eixos, É, assim, um dos menores hatches compactos do Brasil.

A nova configuração foi posicionada como a segunda mais cara das oito disponíveis para o hatch produzido em Piracicaba (SP). Foi lançada em agosto passado e, na comparação com a Platinum (R$ 112.290), adiciona recursos de segurança e assistência à condução. São eles: frenagem automática de emergência com detecção de veículos, pedestres e ciclistas, alerta de saída de faixa com correção no volante e centralização de faixa, detector de fadiga e farol alto com facho adaptativo.

A pequena diferença de preços, inclusive, nos faz desaconselhar a economia de R$ 2.100 logo de cara. Além dos recursos citados acima, o HB20 Platinum Safety traz ainda bancos de couro, chave presencial, partida por botão, faróis com acendimento automático, airbags laterais e de cortina (os frontais são obrigatórios), ar-condicionado, direção elétrica e central multimídia com tela de 8 polegadas.

Quando dois dos quatros primeiros parágrafos são dedicados para descrever os itens de série, é possível perceber que esse é um dos pontos fortes do modelo em questão. Sim, é esse o caso do HB20 Platinum Safety. Nessa faixa de preços, não há rival mais completo: nem o Volkswagen Polo Comfortline (R$ 111.990) ou Highline (R$ 118.990), nem o Chevrolet Onix LTZ (R$ 111.590) ou Premier (R$ 117.480) dispõem de todos os itens de segurança ativa do Hyundai.

É bem verdade que o Volkswagen tem faróis de LED e o Chevrolet traz wi-fi nativo. Mas, no frigir dos ovos, é o HB20 quem equilibra melhor os recursos de conforto, assistência à condução e segurança em um único pacote. E nem estamos falando da versão topo de linha.

Nesse caso, é possível admitir a falta de ar-condicionado digital. Menos tolerável é a vibração do motor 1.0 turbo de três cilindros. E essa é uma questão antiga. Já havíamos mencionado em testes anteriores do Creta e do próprio HB20. Verdade que essa é uma característica inerente aos propulsores com cilindros ímpares, mas a concorrência tem sido mais bem-sucedida em contornar a questão. Volkswagen e Fiat são bons exemplos.

Outro ponto sensível ao HB20 é o espaço interno. Na mesma geração desde 2012 (com um facelift profundo em 2019, tratado como segunda geração), o hatch da Hyundai não teve a plataforma atualizada. Por isso, oferece modestos 1,72 m de largura, insuficientes para acomodar três adultos com conforto no banco traseiro. Fora isso, entre-eixos (2,53 m) e porta-malas (300 litros) não destoam da média.

Um dos maiores dons do HB20 é não ter defeitos gritantes (ao menos após a última atualização visual, feita em 2022). Seu motor 1.0 turbo flex com injeção direta não é o mais potente do segmento, tampouco o mais econômico. Com 120 cv de potência e 17,5 kgfm de torque seja com gasolina ou etanol, o que garante segurança ao motorista para lidar com o tráfego urbano ou rodovias.

O consumo poderia ser melhor: na cidade, faz 8,3 km/l com etanol e 11,8 km/l com gasolina. No ciclo rodoviário, as marcas são de 9,9 km/l e 14 km/l, respectivamente, segundo o Inmetro. Entre os turbinados, Polo e Onix são as referências no segmento.

Ao volante, os sistemas de auxílio à condução, grande chamariz do HB20 Platinum Safety, funcionam de forma antagônica. A centralização de faixa, disponível em velocidades acima de 60 km/h, é capaz de identificar muito bem as escapadas do hatch e trazer de volta o carro para a trajetória, mesmo em curvas um pouco mais fechadas.

Já o alerta de colisão frontal ainda carece de uma calibragem mais assertiva. Em outubro de 2022, apontamos a questão no teste do HB20S. Parece que nada mudou. Ao menor sinal de que o trânsito à frente parou, surge um alerta no quadro de instrumentos, quase sempre seguido de uma frenagem abrupta e indesejada. Isso, mesmo em situações em que o motorista está atento e não há uma situação de risco real.

Você deve estar se perguntando do controlador de velocidade adaptativo, o popular ACC. No caso do HB20 Platinum Safety, não há. Isso porque, para ler veículos, objetos e as faixas das vias, basta uma câmera posicionada na parte superior do para-brisa, além dos sensores de proximidade, ambos disponíveis no Hyundai.

Porém, é preciso uma segunda câmera ou radar para que o veículo faça a leitura de profundidade necessária para o ACC. Mas convenhamos: mesmo sem esse recurso, o HB20 Platinum Plus está bem acima da média do segmento. E surge como opção com excelente custo benefício para quem não abre mão dos recursos de segurança. Mesmo que eles, às vezes, façam mais alarde do que deveriam.

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Fonte: direitonews

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