Teste: GWM Tank 400 é rival híbrido de 408 cv para o Toyota SW4


Depois de apostar no charme urbano do Haval H6 e na excentricidade do elétrico Ora 03, a GWM vai se aventurar no segmento dos jipes 4×4 off-road da submarca Tank. Contudo, a fabricante mudou seu planejamento original e vai apostar primeiro no imponente Tank 400 HiT-4, um híbrido plug-in de cinco lugares e 408 cv.

Inicialmente, o cronograma da GWM no Brasil previa um SUV de sete ocupantes, o Tank 500, com carroceria derivada da picape Poer. Fazia sentido do ponto de vista de custos. Porém, a produção local da caminhonete foi adiada para o final de 2025 e a fábrica de Iracemápolis (SP) passará a focar em produtos da família Haval. O Tank 500 deu lugar ao 400, de porte similar e visual mais apelativo.

Os vincos musculosos, a altura exagerada em relação ao solo (que lhe confere um ângulo de ataque de 30 graus e um vão livre de 22,4 centímetros) e as molduras das caixas de roda com rebites expostos entregam a tentativa de oferecer um produto com aura “raiz”. Ao vivo, o visual parece um tanto forçado, sem uma identidade que remeta de fato à GWM — este, aliás, é um padrão (ou falta dele) em quase todos os produtos da marca chinesa.

Mas não se pode negar que o Tank 400 impõe respeito. Por dentro, o acabamento é levemente superior ao do H6. Segue a correção no encaixe das peças e o bom uso de materiais suaves ao toque, mas com elementos que simulam madeira, saídas de ar laterais em formato de turbina de avião, manopla de câmbio mais chamativa, estilo manche, e um console central mais bem resolvido.

O SUV ainda traz uma central multimídia gigante, de 16,2 polegadas, que deve chegar ao Brasil já com a atualização de software feita para a linha 2025 do H6, e quadro de instrumentos digital com tela LCD de 12,3” de alta resolução. São dois os carregadores de celular por indução e o volante é mais proporcional e ergonômico que o do Haval.

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Destaque, ainda, para o banco traseiro com ajuste elétrico, o teto solar panorâmico e o porta-malas de 566 litros. Ou seja, é um SUV que quer passar a imagem de brutal por fora, mas que fará de tudo para mimar o usuário por dentro. Só esteja preparado para acessar o bagageiro em lugares sempre espaçosos, pois a abertura é lateral, devido à presença do estepe pendurado na tampa.

Chamada Hi4-T, a motorização do Tank 400 é a mesma da futura picape Poer nacional. Trata-se de um 2.0 turbo a gasolina que trabalha em conjunto com dois motores elétricos dianteiros. O SUV entrega 408 cv e 76,5 kgfm combinados. O câmbio é automático de nove marchas e a tração, 4×4 mecânica, traz cardã, reduzida e diferencial traseiro blocante (assim como o dianteiro).

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O zero a 100 km/h ocorre em 6,8 segundos. Já a bateria de 37,1 kWh dá autonomia de até 105 km (padrão WLTC) em modo apenas elétrico ou 800 km no total. O consumo chega a 11,4 km/l no ciclo chinês, o que não é pouco para um veículo de quase três toneladas. A GWM diz que a recarga rápida (DC) de 30% a 80% da capacidade leva 24 minutos; na tipo lenta (AC), seis horas e meia de zero a 100%.

Nosso contato com o Tank 400 foi breve, em uma pista de menos de 1 km com obstáculos artificiais. A aceleração impressiona, mas a suspensão molenga não segura muito as inclinações, tanto laterais quanto longitudinais. A direção elétrica demora um pouco a responder, característica típica de veículos de carroceria sobre longarina, mas os ângulos são generosos para passar por trilhas. E os freios são menos fundos que os do H6. A sensação geral é de estabilidade.

Destaque para a câmera de 360° com uma função que projeta imagens do SUV “invisível”, a fim de permitir melhor visualização dos obstáculos à frente e abaixo do veículo. O Tank 400 também deve trazer um pacote robusto de segurança ativa, com frenagem autônoma emergencial, controle de cruzeiro adaptativo (ACC), alerta de ponto cego e assistentes de estacionamento e de permanência em faixa.

O SUV será lançado entre o fim deste ano e começo de 2025, importado da China. Não há previsão para produção local nem para um motor flex, pelo menos inicialmente. Sua meta será competir com o Toyota SW4 de cinco lugares e, para isso, sua grande aposta será no custo/benefício, com preço na faixa de R$ 350 mil.

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Fonte: direitonews

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