São três meses de testes com o GWM Haval H6 Premium PHEV 2023 na redação da Autoesporte. Durante esse tempo, o SUV foi testado em diversos cenários, e se mostrou um carro confiável. Dá para melhorar? Claro, como todos os carros – e nós apontamos aqui alguns detalhes em que ele pode evoluir para enfrentar a concorrência.
Entre as últimas avaliações, antes de devolvê-lo à marca chinesa, fizemos uma viagem sem autonomia do sistema elétrico para saber como veículo se comporta com apenas o motor a combustão. Ou seja, esgotamos quase toda a bateria – já que não é possível ficar 100% sem carga.
Por proteção, o sistema eletrônico do carro não permite que o H6 PHEV fique 100% sem energia na bateria. Além de ser um dispositivo que preserva o acumulador, ainda garante que alguns arranques a partir da inércia sejam feitos no modo elétrico.
Neste caso, o H6 PHEV acaba mimetizando o comportamento do H6 HEV.
O teste foi feito entre o ABC Paulista e Valinhos, cidade do interior de São Paulo. Somando ida e volta, foram cerca de 220 km. Antes de pegar a estrada, tivemos o cuidado de rodar até que a bateria acabasse, mas para a surpresa isso não foi possível. Afinal, ao chegar em 5%, 6% mais ou menos de capacidade de carga, o veículo automaticamente dá preferência ao motor a combustão para preservar o conjunto elétrico. Assim fomos.
O carro levou quatro pessoas, um cachorro pequeno e quatro malas. Somando tudo, o peso adicional era de cerca de 400 kg.
Com a bateria praticamente no mínimo, o trabalho de levar o SUV ficou para o motor térmico, que é um 1.5 turbo a gasolina que não tem potência e torque revelados pela fabricante, mas que entrega bem menos que os 393 cv de potência e 77,7 kgfm de torque, combinados.
Com o motor a combustão sendo mais exigido e o elétrico em stand by, o Haval H6 teve desempenho apenas mediano na estrada. O propulsor 1.5 trabalhou com empenho para mover os 2.050 kg, tendo acelerações e retomadas de velocidade lentas, e rotações elevadas ao atingir os 120 km/h (que era o limite da via).
Ainda que dê conta do carro – não dá para negar que é pesado – a combustão sozinha roda no limite. É mais ruidosa que o “normal”, mas ainda assim carrega todo o peso do H6 PHEV.
Claro que isso não é o habitual do veículo, já que com a bateria carregada ele entrega potência e torque de sobra. Contudo, é importante saber como ele atua apenas com motor a combustão porque é o que vai enfrentar, basicamente, um motorista com destino acima dos 150 km de distância que não fará paradas para recarga.
Na prática, quando o H6 PHEV está com a combustão e a eletricidade em plena carga, o SUV surpreende bastante pelas respostas ágeis. Aliás, é um carro com desempenho acima do esperado. Sobretudo nas retomadas de velocidade (e ultrapassagens) entre 50 km/h e 80 km/h. É bastante eficiente e rápido dentro desta faixa.
Vale lembrar que tendo a bateria cheia, o modelo promete um alcance de até 170 km em modo só elétrico – que na prática caiu para 150 km, em nossos testes.
Outro ponto que vale ressaltar é o ruído interno. O H6 PHEV tem uma boa vedação acústica. No modo elétrico, ouve-se pouco do que está acontecendo do lado de fora – de forma acentuada apenas o trabalho da suspensão e o ruído dos pneus. No entanto, como o motor 1.5 é mais exigido na estrada e trabalhando em rotações mais altas, quando a bateria está no limite mínimo, o barulho na cabine aumenta consideravelmente.
Pontos positivos ficaram para a dirigibilidade, que se manteve. O peso do SUV o ajuda a ficar mais estável, e a carroceria manteve a rolagem dentro do esperado nas curvas. A assistência do volante continuou respondendo bem, e as suspensões garantiram o conforto para os ocupantes.
Ou seja, tanto no modo elétrico quanto no modo “combustão”, as respostas ao volante são as mesmas. Tanto para o lado positivo quanto para o negativo. E, considerando uma melhora a analisar, os freios poderiam atender mais prontamente.
E o que mais surpreendeu foi o consumo. Os dados do Inmetro apontam que, com a bateria do sistema elétrico carregada, o Haval híbrido plug-in roda 27,5 km/l na cidade e 25,2 km/l na estrada, abastecido sempre com gasolina.
Sem a parte elétrica trabalhando, o modelo fez cerca de 11 km/l na estrada com gasolina, com o repórter Renan Bandeira conduzindo. É bem abaixo que o sistema híbrido faz, mas levando em consideração que um Compass T270 flex roda 12,1 km/l na estrada abastecido com gasolina, não é uma marca ruim. Até porque o SUV da Jeep é cerca de 500 kg mais leve que o Haval H6.
Esse consumo exclusivo na gasolina também ficou acima do Ford Territory 1.5 turbo, cujo motor é apenas a combustão, que fez 10,5 km/l em ciclo rodoviário, conduzido pelo editor Ulisses Cavalcante.
O Haval ainda possui outra vantagem, que é a possibilidade de o próprio motor a gasolina carregar a bateria. Basta acionar a central multimídia e acionar a função “RESERVA DE ENERGIA”. Neste caso, o motorista ajusta o percentual de carga que pretende atingir. Então o motor a combustão passa a movimentar as rodas e também a recarregar as baterias.
Esta função derruba o consumo. Na estrada, com esta função ligada, fizemos 9,5 km/l. É o jeito mais caro de recarregar as baterias, naturalmente, utilizando gasolina para obter eletricidade. Porém, é uma alternativa que o equipamento permite ao usuário, caso queira utilizar eletricidade em alguma situação específica.
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Fonte: direitonews