Os novos Fiat Pulse T200 Hybrid e Fiat Fastback T200 Hybrid iniciam a história dos primeiros carros híbridos flex produzidos pela marca e pela Stellantis no Brasil. O sistema híbrido leve (MHEV) serve para reduzir os níveis de emissões e diminuir o consumo, mesmo que de forma discreta. Clique aqui para entender o funcionamento do conjunto em detalhes.
Mas, apesar do esforço de engenharia da Stellantis para proporcionar uma “experiência lúdica” do usuário com o sistema híbrido leve de 12 Volts, tire qualquer expectativa de modo elétrico em velocidades baixas e arrancadas sem gastar uma gota de combustível. Aqui o que acontece é apenas umas “ajudinha” para o motorista
Os preços partem de R$ 125.990 para o Pulse T200 Hybrid e R$ 151.990 para o Fastback T200 Hybri. Ambos serão vendidos nas versões Audace e Impetus , com uma diferença de R$ 2 mil para as mesmas versões com motor T200 apenas flex. Para saber mais detalhes sobre os equipamentos de cada modelo, basta clicar aqui.
A Fiat usou um sistema híbrido leve de 12 Volts que trabalha junto com o motor 1.0 GSE T3 turbo flex de três cilindros. É muito deixar claro que, apesar de o motor elétrico ter 4 cv de potência e 1 kgfm de torque, esse sistema não é capaz de movimentar o carro sozinho, atuando em momentos pontuais de uso mais crítico do motor a combustão, a no máximo 3.500 rpm.
Portanto, não há qualquer mudança no desempenho combinado: o motor turbo flex segue com potência máxima de 130 cv e torque máximo de 20,4 kgfm. O motor continua a operar em ciclo Otto e o câmbio segue sendo CVT que simula sete marchas. A opção por essa caixa, sem uma embreagem, impede o desacoplamento da caixa para a formação do “modo coasting” presente no Kia Stonic.
Uma das principais adaptações deste mecanismo está na substituição do alternador convencional por um motor elétrico ligado ao virabrequim por correia. Este sistema, conhecido como BSG (gerador por correia, na sigla em inglês), substitui o próprio alternador e o motor de arranque por cremalheira.
Este ”superalternador” é alimentado duas vezes. Sua fonte primária é a bateria de íons de lítio de apenas 11 Ah (Ampère-hora) ou 0,125 kWh de capacidade, que fica sob o banco do motorista. O conjunto também está conectado com a bateria convencional do carro de chumbo-ácido – a tensão é a mesma de 12 Volts –, porém, sua capacidade aumenta de 60 para 68 Ampère.
A Stellantis criou uma central eletrônica específica para o conjunto elétrico para fazer essa junção, chamada de DBSM (sigla em inglês para Módulo de Transição entre Duas Baterias).
Mas, afinal, o que muda na prática? Nosso teste com os novos Fiat Pulse e Fastback T200 Hybrid durou pouco mais de 10 km com cada carro e aconteceu próximo ao centro da cidade de Campinas, no interior de São Paulo. E para este sistema ser eficiente, é preciso enfrentar trânsito, porque na rodovia praticamente nada muda no consumo de combustível.
Esse mecanismo do motor elétrico no lugar do alternador opera na partida do veículo e no sistema start-stop. Na prática, você sente partidas mais suave e um start-stop mais manso, sem aqueles trancos típicos do motor de arranque por cremalheira.
Como já mencionado, o motor elétrico de 4 cv e 1 kgfm não é capaz de tracionar as rodas sozinho, mas ajuda o carro em situações específicas, como arrancadas de semáforo ou subidas de ladeira. Essas são as fases em que o veículo emite mais poluentes.
Na comparação com suas respetivas versões similares sem o sistema elétrico, o Fastback teve melhoria de 11,5% no consumo urbano com gasolina e 9,8% com etanol. Os números são do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) do Inmetro.
Com gasolina, na cidade, o consumo do Fiat Fastback T200 Hybrid passou de 11,9 km/l para 12,6 km/l. Na rodovia, salta de 13,7 km/l para 13,9 km/l. Quando abastecido com etanol, na cidade a média salta de 8,1 km/l para 8,9 km/l, já na rodovia vai de 9,7 km/l para 9,8 km/l.
No caso do Pulse T200 Hybrid, o consumo na cidade melhora em 10,7% com os dois combustíveis. Na rodovia, também segue igual ao que era antes. Com gasolina , em ciclo urbano, o SUV compacto melhora o índice de 12,1 km/l para 13,4 km/l, enquanto na rodovia continua com 14,4 km/l. Já com etanol, na cidade o consumo salta de 8,4 km/l para 9,3 km/l; na rodovia, permanece em 10,2 km/l.
Com o carro em movimento, temos um Pulse e um Fastback como qualquer outro com motor 1.0 turbo. O desempenho e a dinâmica são os mesmos que já tínhamos antes, o que inclui um bom casamento entre o motor 1.0 GSE T3 e o câmbio CVT fornecido pela Aisin. A direção é levinha como outrora e os ângulos de ataque e saída são generosos, frutos de suspensão robusta e vão livre do solo elevado. São rigorosamente os mesmos SUVs que já conhecíamos.
O que muda é que o painel de instrumentos digital com tela de 7 polegadas exibe o nível de carga e regeneração das baterias — vindas das desacelerações e frenagens — com informações em tempo real. A informação aparece em duas telas diferentes — a principal, que contém o velocímetro, e uma auxiliar —, e acontece de forma tão eficiente que te deixa com a sensação psicológica de estar dirigindo um híbrido pleno (HEV), como um Toyota Corolla.
Visualmente, os dois carros praticamente não têm mudanças além da cor exclusiva das versões híbridas, chamada Azul Amalfi, que retorna à gama, e da inscrição T200 Hybrid no canto inferior direito da tampa do porta-malas. Outra novidade é que, de série, os novos Fiat Pulse e Fastback T200 Hybrid trazem central multimídia com tela de 10,1 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio.
Para ler sobre todos os equipamentos de série da dupla híbrida, basta clicar aqui.
Nesta conta, vamos considerar um motorista que dirige 15 mil km por ano, sendo 70% do trajeto na cidade (10,5 mil km) e 30% na estrada (4,5 mil km). Assim, o experimento se enquadra na média nacional de circulação anual.
Utilizamos os dados mais recentes da Associação Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que apontam o preço médio de R$ 6,09 para o litro da gasolina e R$ 4,04 para o etanol no Brasil. O tanque de ambos mantém os 47 litros de capacidade.
Após um ano de uso, o dono de um Pulse híbrido que abastece apenas com gasolina economizou R$ 511,56 em comparação com a versão a combustão. Para o Fastback, a diferença é de R$ 200,97. Considerando o abastecimento com etanol, a diferença passa a ser de R$ 488,84 para o Pulse e R$ 210,08 para o Fastback. Essa conta é apenas para ter uma base média anual. Autoesporte fez outra análise mostrando em quanto os carros se pagam em relação às versões somente a combustão.
Os preços dos combustíveis variam de acordo com as cidades. Contudo, carros híbridos têm outras vantagens, como pagar menos IPVA em alguns estados (em Minas Gerais, é isento) e isenção do rodízio municipal de veículos em São Paulo (SP). Portanto, essa conta é muito pessoal e vai de acordo com a demanda e localização do motorista.
O que podemos dizer é: se o seu uso do carro é totalmente voltado para o ciclo urbano, as vantagens são mais atrativas para investir R$ 2 mil a mais nos novos Fiat Pulse e Fastback T200 Hybrid. Agora, se você pega muita estrada no dia a dia, o consumo não vai mudar e, aí, não há necessidade do investimento se não houver incentivos fiscais no seu estado para ter um carro híbrido.
É Importante, ainda, salientar que as versões com tecnologia híbrida leve flex de Fiat Pulse e Fastback irão conviver com as opções a combustão pelo menos até o fim deste ano. A tendência é que as opções somente a combustão saiam gradualmente das concessionárias, a fim de que os modelos cumpram os parâmetros de emissões do Proconve L8, que entra em vigor em 2025.
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Fonte: direitonews