Teste: Chevrolet Spin 2025 fica mais moderna para brigar com C3 Aircross


A nova Chevrolet Spin foi revelada oficialmente para o público brasileiro. A nova linha trouxe a maior mudanças da história da minivan desde seu lançamento, em 2012. E olha que nem foi uma troca de geração. O modelo chega ao mercado de cara nova e aposta em mais recursos para dificultar a vida de rivais como Citroën C3 Aircross e Renault Duster. Os preços serão divulgados nesta segunda-feira (25), mas já antecipamos uma estimativa dos novos valores.

A nova Spin está disponível em quatro versões, com opções com cinco e sete lugares. Apenas a de entrada, LT, traz com câmbio manual de seis marchas. As demais, LT AT, LTZ e Premier, a de topo, são automáticas. Os preços vão de R$ 105.000 a R$ 140.000. Membros da fabricante desconversam, mas a variante aventureira Activ deve ficar para uma segunda fase de lançamento.

Em termos visuais, a nova Spin passou por uma boa modernização, acompanhando a linguagem de design mais atual da marca. De acordo com a Chevrolet, cerca de 42% da carroceria foi modificada. A dianteira é a parte que concentra as maiores mudanças. A grade, por exemplo, ficou maior e remete ao design do SUV cupê estrangeiro Trax. Os faróis, divididos em duas partes, são full-LED desde a versão mais básica e trazem um aumento de 145% no alcance do facho. O capô, por sua vez, ficou mais alto, dando a ela um aspecto de SUV.

Na lateral, a minivan traz novos para-lamas e rodas de liga leve de 15″ ou 16″, a depender da versão, com acabamento em preto. As mudanças mais polêmicas estão na traseira, que recebeu uma tampa de porta-malas reformulada, e lanternas de LED, também de série nas quatro versões.

O novo arranjo de iluminação traz um ar mais jovial, mas o aplique que faz a ligação entre elas, emoldurando a parte superior do nicho de placa, pode causar estranheza a depender do ângulo. Esse friso terá acabamento diferente de acordo com a versão. Serão seis as opções de cores, incluindo as novatas verde Safari e azul Boreal, a da unidade que experimentamos.

Um dos principais destaques da nova Spin, no entanto, continua a ser o generoso volume do porta-malas. Na configuração de cinco lugares, são impressionantes 710 litros. Com a terceira fileira adicionada, a litragem cai para 162 litros.

Embora esteja com um design mais moderno, a Chevrolet Spin manteve o veterano motor 1.8 SPE/4 aspirado flex de quatro cilindros e 8 válvulas. São 111 cv de potência e 17,7 kgfm de torque com etanol e 106 cv e 16,8 kgfm com gasolina. A versão que testamos, Premier, é automática.

Entretanto, a fabricante fez alguns ajustes no conjunto mecânico. Houve uma recalibração tanto do motor quanto do câmbio, e o retorno foi positivo. As mudanças melhoraram a dirigibilidade do modelo, bem como a curva de aceleração. No entanto, as retomadas não são tão ágeis e o veterano 1.8 deixa um pouco a desejar nas respostas, ainda mais na estrada, a velocidades mais altas.

A Chevrolet também ajustou a suspensão da Spin 2025, que ficou mais alta. De acordo com a marca, o vão livre em relação ao solo é de até 17,3 cm. Com isso, a posição de dirigir também melhorou e ficou mais confortável. A minivan, aliás, traz um maior ângulo de ataque e saída, que ficaram em 16,6° (+ 1,1°) e 24,9° (+ 2°), respectivamente.

A decisão de não acrescentar um motor turbo no portfólio da Spin veio de clínicas com consumidores, segundo a GM. A expectativa, no entanto, era de que a minivan pudesse receber pelo menos um dos motores do Tracker, 1.0 ou 1.2 turbo. Afinal, o rival C3 Aircross traz motor 1.0 turbo de 130 cv, com mais desempenho, em todas as suas versões. Com o 1.8 SPE/4, a Chevrolet apostará no custo-benefício, já que sua proposta é ser acessível, e na boa fama desse propulsor em termos de manutenção e durabilidade.

Seja como for, as mudanças aplicadas tanto na eletrônica quanto na calibração do motor, além da adição de novos coletores de escape e admissão, deixaram a Spin 2025 até 11% mais econômica, de acordo com a GM. Seja com cinco ou sete lugares, o consumo urbano das versões automáticas no Inmetro fica em 10,5 km/l com gasolina e 7,4 km/l com etanol (antes, era 10,2 e 7,2 km/l). No rodoviário, sobe para 13,4 km/l e 9,3 km/l, respectivamente (antes, chegava a 12,6 e 8,8 km/l).

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Entretanto, é na cabine que o condutor percebe as mudanças mais drásticas na nova Spin. Ela é o primeiro carro nacional da GM a adotar um quadro de instrumentos digital de 8″. A central multimídia tem 11” e traz a nova geração do sistema MyLink. Além de deixarem o painel mais moderno, ambas melhoram a experiência do motorista. O sistema de entretenimento, por exemplo, oferece a última atualização do pacote OnStar que traz Wi-Fi nativo, atualização remota de sistemas eletrônicos e o app MyChevrolet, que permite acompanhar e configurar funções do veículo remotamente em tempo real.

A nova Spin também conta com outros recursos interessantes, como portas USB e USB-C, ar-condicionado digital e carregador de celular por indução (na versão topo de linha, apenas). Com novo estofamento, os bancos estão mais ergonômicos e, em comparação com a antecessora, permitem uma melhor posição de dirigir. Você não sente mais a necessidade de ficar se ajustando no carro.

A partir da versão LT, com câmbio automático, a marca acrescenta um duplo difusor de ar com controle de fluxo individual na segunda fileira. Mas não há nenhum tipo de saída dedicada à terceira fileira. De acordo com a fabricante, houve ainda um aprimoramento no espaço interno da Spin, com 50% maior volume em porta-objetos. Materiais suaves ao toque e costuras diferentes para cada versão fazem parte da nova proposta de acabamento na cabine, além do painel redesenhado.

A nova Spin tem espaço interno razoável, por conta dos 2,62 metros de entre-eixos. São 5 cm a menos do que o Aircross. Assim, a vida de quem viaja na terceira fileira da minivan é um pouco mais apertada, principalmente pessoas mais altas. Isso mesmo com o banco do meio sendo corrediço em até 11 cm, e com seis ajustes de ângulo para o encosto lombar. O ideal é transportar crianças ali, pois um adulto vai sentir o desconforto. E, ao contrário do rival da Citroën, aqui a terceira fileira de banco segue fixa e inteiriça, com rebatimento só do encosto ou também do assento. A GM alega questões de segurança.

Detalhe interessante é que houve uma boa melhora na acústica. Ouve-se menos o ruído do motor e o atrito dos pneus com o asfalto. Em termos de segurança, a Spin oferta seis airbags, sendo que o de cortina chega até a terceira fileira na configuração de sete lugares. De acordo com a GM, o intuito é não zerar o teste de colisão do Latin NCAP.

Por fim, é importante falar sobre a lista de equipamentos e até de segurança ativa da minivan, que também foram aprimoradas em relação à linha anterior. Agora, o modelo oferta recursos como partida de motor por botão, sensor de chuva, alerta de mudança involuntária de faixa, alerta de colisão frontal com detecção de pedestres e alerta de ponto cego, bem como frenagem autônoma de emergência e sensores de estacionamento. Esses últimos, no entanto, estão presentes apenas na versão topo de linha, Premier.

No geral, a Chevrolet Spin 2025 evoluiu muito para um produto que não troca de geração desde seu surgimento, 12 anos atrás. Embora mantenha elos com o passado, como o motor, ela surpreende pelas diferenças em relação à antecessora. Com as mudanças, a GM busca não apenas defender seu produto da chegada do Citroën C3 Aircross, mas também atingir um novo público, possivelmente fãs de SUVs. Por isso, até começou a definir sua minivan como um crossover.

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Fonte: direitonews

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