Teste: BMW X3 30 xDrive é R$ 110 mil mais barato e tão premium quanto M50


Segundo o “Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da língua portuguesa”, algumas das definições para o adjetivo “barato” são: “Que custa um preço baixo, módico; que não exige grandes despesas”. De forma direta, nenhuma das definições se aplica ao BMW X3 30 xDrive M Sport, versão de entrada da nova gerção do SUV premium. Afinal, o modelo é vendido a partir de R$ 515.950, valor longe de ser acessível.

Mas, no caso, o X3 30 xDrive M Sport é R$ 110 mil mais em conta que a versão de topo (já testada por Autoesporte), M50 xDrive, que sai por R$ 625.950. E aí entre a relatividade da expressão.

Não quero aqui provar por A mais B que o BMW X3 30 xDrive M Sport é uma opção de compra mais interessante que a configuração mais cara. Verdade seja dita, não guiei o M50 xDrive. Tive apenas contato visual com o veículo. Assim, apontarei aqui com alguma frieza as principais nuances entre os modelos.

Não vou me ater tanto ao design. É similar ao da versão de topo. A diferença mais gritante fica por conta do desenho das rodas de 20 polegadas e a ausência da dupla saída de escape. Tirando isso, o X3 30 xDrive M Sport mantém, claro, a polêmica grade duplo-rim renovada. E vou falar para você, leitor: eu já me acostumei. Gosto desse visual. Julgue-me.

Mas falemos do que, de fato, importa. A começar pela motorização. O BMW X3 30 xDrive M Sport vem equipado com câmbio automático Steptronic de oito marchas e o notório conjunto 2.0 TwinPower Turbo. É o mesmo, vale frisar, do Série 3. Rende 258 cv de potência e 40,8 kgfm de torque combinados. Como o sobrenome xDrive já diz, a tração é integral.

Já a versão M50 xDrive traz o 3-litros de seis cilindros turbo com 389 cv e 55,1 kgfm. Ambos, porém, se assemelham no uso do sistema híbrido leve de 48 Volts. Os dois propulsores trabalham, nas respectivas versões, com a tecnologia MHEV que rende 18 cv e 20,4 kgfm extras. O motor elétrico auxiliar vem acoplado à transmissão e é ativado por meio de correia ligada ao virabrequim. A bateria de 20 Ampère fica sob o banco traseiro.

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É um sistema que substitui alternador e motor de arranque. Atua em momentos pontuais, dando suporte em acelerações e retomadas. Aproveito o ensejo para já falar também de consumo. Segundo o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), o BMW X3 mais barato faz 10,4 km/l na cidade e 12,2 km/l na estrada.

Percorri cerca de 520 km entre São Paulo (SP) e Joinville (SC) a bordo do novo X3 30 xDrive M Sport. Além de dirigir a nova versão, fiz vezes de passageiro. E gostei muito da experiência. No banco traseiro, fechei as persianas a fim de esconder os vidros e ensaiar um cochilo.

O assento, revestido de couro sintético, é confortável. Aproveitei-me ainda da terceira zona de ar-condicionado voltada à fileira traseira para me refrescar. Também deu para carregar o iPhone na entrada USB do tipo C.

Na dianteira, viajei com muita tranquilidade. Não à toa. O BMW X3 ostenta 4,73 metros de comprimento e entre-eixos de 2,86 m. A altura foi reduzida em 2,5 cm (1,66 m), mas não compromete. Até passageiros mais altos vão bem na cabine, desfrutando de teto panorâmico que deixa o espaço arejado. Ah! Já que estamos falando de dimensões, aproveito para apontar a capacidade do porta-malas: 570 litros.

Mas o brilho do BMW X3 30 xDrive M Sport (eita, nome grande) se encontra mesmo na experiência ao volante. Falta-lhe o roncar bonito do seis-cilindros da versão de topo, é verdade, ainda mais vívido por conta da saída dupla de escape. Mesmo assim, sua aceleração é prazerosa e linear até a faixa das 4.500 rotações. No 0 a 100 km/h, apesar de ficar 1,7 s acima da configuração mais cara, ainda chega a bons 6,3 segundos.

A condução é muito estável e familiar para quem está habituado a guiar um BMW. As relações de marcha garantem aceleradas vigorosas e um rodar suave na estrada. O acerto de suspensão também agrada, principalmente por manter “no prumo” um SUV que pesa 1.894 kg e tem o centro de gravidade mais elevado.

Na chuva, o conjunto se mostra ainda mais preciso. A tração integral é fundamental para evitar perda de aderência ao passar por poças d’água traiçoeiras. As assistências à condução também foram testadas e aprovadas: controle de cruzeiro adaptativo (ACC), assistente de permanência em faixa, alerta de tráfego cruzado… Tudo funcionou dentro dos conformes. O alerta de colisão frontal também.

Só fiquei feito bobo procurando um comando para definir a distância entre um veículo e outro. Tal ajuste poderia estar disponível de modo mais facilitado no volante multifuncional. Por outro lado, encontrei o modo Boost facinho, facinho. Ele garante maior esperteza ao veículo por 10 segundos e, mesmo na chuva, deu para trabalhar um kickdown bonito e deixar para trás alguns carros que teimavam em rodar numa velocidade baixa até demais.

Único grande pênalti, admito, vai para o isolamento acústico. Mesmo papeando com os amigos jornalistas ao longo da jornada e escutando música, dava para ouvir o som da banda de rodagem. Além disso, o barulho do vento, mesmo com a cabine toda fechada, causou algum incômodo. Para um BMW de mais de R$ 500 mil, deixou a desejar…

O contrário pode ser dito sobre o head-up display, bem posicionado, que não compromete o campo de visão do condutor. Além disso, o quadro de instrumentos de 12,3 polegadas e a tela curva da central multimídia de 14,9” dão verdadeiro show. O sistema operacional iDrive 9 funciona de modo a garantir o melhor para o motorista, mesmo sem que ele tenha à disposição tantos botões físicos. Elogios também para o sistema de som da Harman Kardon, com equalizador de primeira.

Embora tenha inúmeros predicados, o BMW X3 de entrada não nada de braçada no segmento. É mais caro (opa) que o Audi Q5, hoje na faixa dos R$ 400 mil, e tem motor menos potente (o rival vem com um 2.0 de 272 cv). Seus 258 cv, contudo, são equivalentes aos do Mercedes-Benz GLC, hoje à venda por R$ 524.900. Cada um dos modelos têm suas peculiaridades, idiossincrasias. Briga boa.

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Fonte: direitonews

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