Terra teve um dos dias mais curtos do ano devido à rotação mais acelerada


No dia 5 de agosto de 2025, a Terra completou sua rotação 1,33 milissegundo mais rápido do que o normal, tornando esse um dos dias mais curtos do ano, com duração de 86.399,99867 segundos. Essa variação, embora imperceptível para nós, é detectável por instrumentos de altíssima precisão, como relógios atômicos e radiotelescópios. A diferença entre o dia sideral (baseado na rotação da Terra em relação às estrelas distantes) e o dia solar (baseado na posição do Sol) ajuda a entender como essas medições são feitas e por que o tempo pode variar ligeiramente.
A rotação da Terra é influenciada por diversos fatores, como os ventos atmosféricos, a circulação dos oceanos e do magma, além da atração gravitacional da Lua. Desde a década de 1970, desvios na duração do dia têm sido registrados com precisão, e em 1973, por exemplo, a Terra acumulou um atraso de mais de um segundo. Para compensar essas variações, foram introduzidos os segundos intercalares, adicionados ao final de dias específicos para manter a precisão dos sistemas que medem o tempo.
Essa precisão é essencial para tecnologias como o GPS, que dependem de uma cronometragem exata para determinar posições geográficas. Um erro de apenas 1,33 milissegundo pode causar uma discrepância de cerca de 62 centímetro na linha equatorial. Sem correções ao longo do tempo, desvios acumulados poderiam gerar erros de localização de até meio quilômetro. Por isso, é fundamental medir a rotação da Terra com extrema exatidão, utilizando referências cósmicas como os quasares.
Um casal tira fotos ao nascer do sol na gelada Oak Street Beach, na costa do Lago Michigan, Chicago, EUA, 20 de janeiro de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 28.05.2025

Quasares são buracos negros supermassivos que emitem luz intensa e são visíveis a bilhões de anos-luz de distância. Por estarem em regiões do Universo praticamente estacionárias, eles funcionam como pontos de referência ideais para medir a rotação da Terra através do uso de radiotelescópios.
Mas são os ventos atmosféricos os principais responsáveis pelas variações diárias na rotação da Terra. Quando colidem com cadeias de montanhas, eles desaceleram o planeta. Curiosamente, os ventos predominantes são mais lentos durante o verão no Hemisfério Norte, o que contribui para dias mais curtos nessa estação. No entanto, essas variações sazonais são pequenas em comparação com desacelerações mais duradouras causadas por mudanças climáticas, como o derretimento das calotas polares.
À medida que o gelo polar derrete, a água se redistribui em direção ao equador, aumentando a distância da massa líquida em relação ao centro da Terra. Esse processo é semelhante a uma bailarina que estende os braços para desacelerar sua rotação. A redistribuição da massa terrestre, incluindo eventos como terremotos, também afeta a velocidade de rotação do planeta. Além disso, a Lua exerce um papel importante ao desacelerar a Terra por meio de sua influência gravitacional sobre os oceanos.

Historicamente, a Terra vinha desacelerando sua rotação até 2020, acumulando centenas de milissegundos de atraso por ano. Desde então, passou a girar mais rápido, possivelmente devido à troca de momento angular entre o núcleo e o manto terrestre, chegando até este 5 de agosto.

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Fonte: sputniknewsbrasil

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