Há dez anos, cientistas detectaram pela primeira vez ondas gravitacionais, confirmando uma previsão essencial da teoria da relatividade geral de Albert Einstein. Essa descoberta histórica inaugurou uma nova era na astronomia e rendeu o Prêmio Nobel de Física de 2017 aos pesquisadores da colaboração LIGO.
As ondas gravitacionais são ondulações no espaço-tempo causadas por eventos cósmicos extremos, como colisões de buracos negros ou fusões de estrelas de nêutrons. Elas viajam à velocidade da luz e foram observadas diretamente pela primeira vez em 2015, com o sinal GW150914, originado da fusão de dois buracos negros massivos a mais de um bilhão de anos-luz da Terra.
Desde então, mais de 300 sinais foram registrados pelos detectores LIGO, Virgo e KAGRA. Recentemente, essa colaboração internacional divulgou os resultados da quarta série de observações, dobrando o número de ondas gravitacionais conhecidas e ampliando significativamente o campo de estudo.
Para marcar o décimo aniversário da primeira detecção, cientistas anunciaram um novo sinal, GW250114, com características semelhantes ao GW150914. Graças aos avanços tecnológicos nos detectores, o novo sinal foi captado com muito mais clareza, permitindo testes mais precisos de teorias físicas complexas.
Essa nova observação possibilitou o teste mais rigoroso até hoje do teorema da área de Stephen Hawking, que afirma que a área do horizonte de eventos de um buraco negro nunca diminui. “Buracos negros não podem encolher“, dizia Hawking, e os dados recentes confirmam essa afirmação com alta precisão.
A teoria de Jacob Bekenstein complementa a de Hawking ao relacionar a área do buraco negro à sua entropia, reforçando a ideia de que, como a desordem do Universo aumenta, a área dos buracos negros também deve crescer. A nova medição valida essa conexão entre física quântica, relatividade e termodinâmica.
Os cientistas compararam as massas e os spins dos buracos negros antes e depois da colisão, e os resultados mostraram que a área do buraco negro final é maior, confirmando a Lei de Hawking sem margem para dúvida. Isso representa um marco na física teórica e na observação astronômica.
Com essas descobertas, abre-se caminho para testar outras teorias científicas ainda mais ousadas. Futuras observações de ondas gravitacionais podem ajudar a desvendar mistérios como a matéria escura e a energia escura, revelando aspectos desconhecidos do Universo e desafiando os limites do conhecimento atual.
Fonte: sputniknewsbrasil