Tentativa de golpe: ex-comandante do Exército ameaçou prender Bolsonaro, diz tenente-brigadeiro


Após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes retirar o sigilo das declarações de figuras ouvidas pela PF no inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, a corporação revelou que o ex-comandante da Aeronáutica relatou que o general Marco Antônio Freire Gomes, então comandante do Exército, teria ameaçado prender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) caso a tentativa de golpe fosse levada adiante.
Freire Gomes ainda desestimulou o ex-presidente a usar medidas como a decretação de estado de sítio ou a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para concretizar o golpe.

“Depois de o presidente da República, Jair Bolsonaro, aventar a hipótese de atentar contra o regime democrático, por meio de alguns institutos previstos na Constituição (GLO, ou estado de defesa, ou estado de sítio), o então comandante do Exército, general Freire Gomes, afirmou que caso tentasse tal ato, teria que prender o presidente da República”, disse Baptista Júnior durante o depoimento, segundo a Agência Brasil.

Após perder a eleição para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Bolsonaro se reuniu por algumas vezes com os comandantes das Forças Armadas do Brasil. Conforme o tenente-brigadeiro, foram entre cinco e seis encontros.

“Em outra reunião de comandantes das forças com o então presidente da República, o depoente deixou evidente a Jair Bolsonaro que não haveria qualquer hipótese do então presidente permanecer no poder após o término do seu mandato. Que deixou claro ao então presidente Jair Bolsonaro que não aceitaria qualquer tentativa de ruptura institucional para mantê-lo no poder”, aponta relatório da PF.

No depoimento, o ex-comandante da Aeronáutica ainda garantiu que defendeu ao ex-presidente que não havia provas de fraude nas urnas eletrônicas. Além disso, o único que colocou “as tropas à disposição” de Bolsonaro foi o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha do Brasil.
Em dezembro de 2022, Baptista Júnior também alegou que teria recebido a minuta do golpe, encontrada no mês seguinte na casa do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres. “Que o depoente entendeu que haveria uma ordem que impediria a posse do novo governo eleito; Que, diante disso, o depoente disse ao Ministro da Defesa que não admitiria sequer receber esse documento; Que a Força Aérea não admitiria tal hipótese (Golpe de Estado)”, finaliza o relatório da corporação.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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