Com a ajuda do poderoso radiotelescópio ALMA, uma equipe internacional de cientistas da Universidade de Xangai e do Observatório de Xangai detectou estreitos filamentos de gás, que atuam como aceleradores naturais, redistribuindo matéria na galáxia. Esta descoberta é como a peça de um quebra-cabeça que faltava para entender como a matéria nasce, se destrói e renasce nas condições extremas do espaço, escreve Space.com
As estruturas detectadas se comportam como um turbilhão que de repente se estreita em uma corrente impetuosa e depois se dissipa, dando energia ao ambiente circundante. A sua largura é de apenas 0,01 parsecs, o que é comparável à distância entre o Sol e Proxima Centauri, mas em condições de um núcleo galáctico estas estruturas parecem extremamente finas, como “fios” cósmicos.
O componente principal – moléculas de óxido de silício – é indicador de ondas de choque. Estas ondas, decorrentes das colisões de correntes de gás, expulsam moléculas das nuvens de poeira, enviando-as para o espaço interestelar. Os cientistas comparam o processo com o ciclo da água: evaporação, transporte e congelamento.
📡We are on @physorg_com “Astronomers discover ‘space tornadoes’ around the Milky Way’s core”
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Anteriormente, considerava-se que tais estruturas estão associadas ao nascimento de estrelas, mas os “fios finos” provaram ser autônomos. Eles não deixam rastros na forma de poeira e existem apenas alguns milhares de anos – um mero instante segundo os padrões cósmicos. O seu papel principal é ser “artérias de transporte”, transportando material através da área central da galáxia.
Segundo explica Kai Yang, o chefe do estudo, é semelhante a uma correia transportadora: as ondas de choque formam fios, eles se dispersam, enriquecendo o ambiente, e as moléculas posteriormente assentam-se novamente em grãos de poeira, terminando o ciclo. O papel crucial foi desempenhado pela sensibilidade do ALMA, permitindo que os detalhes fossem vistos 100 vezes mais nitidamente do que antes.
Fonte: sputniknewsbrasil