O desenvolvimento de sistemas de assistência ao condutor (Adas) cada vez mais tecnológicos vêm crescendo nos últimos anos a fim de oferecer maior segurança não apenas ao motorista, mas também aos passageiros e aos que estão ao redor. No entanto, a disposição de algumas dessas tecnologias tem tranquilizado até demais aqueles que estão ao volante.
Prova disso é um estudo holandês publicado pela Transportation Research, que avalia a real eficácia destes equipamentos de segurança. Autoesporte traz, nesta matéria, dados e análises coletados pela pesquisa , que revela casos em que houve aumento do número de acidentes de trânsito devido ao uso de tais ferramentas.
A pesquisa separou os sistemas em quatro tipos de interação: informar (sistema de monitoramento de pressão dos pneus, por exemplo), alertar (como o alerta de tráfego cruzado), intervir (frenagem autônoma) e melhorar o conforto (controle de cruzeiro adaptativo). Além disso, na ordem, foram elencados da seguinte forma: baixos níveis de controle e urgência, baixo controle e alta urgência, alto controle e alta urgência e alto controle e baixa urgência.
Partindo daí, a análise de dados mostrou que sistemas de intervenção estão associados à redução da taxa de colisão, enquanto os que priorizam aumento do conforto têm efeitos prejudiciais.
Para se ter um parâmetro, o assistente de permanência em faixa apresentou redução de 19,1% nas colisões. Por outro lado, controle de cruzeiro adaptativo e controle de cruzeiro registraram aumento dos acidentes em 8% e 12%, respectivamente.
Essas últimas duas ferramentas facilitam a vida do condutor ao manter velocidade constante sem a necessidade de pisar no freio, além de oferecer a possibilidade de frenagem automática de forma a manter uma distância segura em relação ao veículo da frente.
Apesar de parecer benéfico ao motorista, que poupa esforços, estes sistemas contribuem para a tirar a atenção de quem está ao volante. Isso porque o indivíduo deposita total confiança na ferramenta ao seu dispor. Além disso, nem todo veículo que dispõe do ACC não conta com frenagem autônoma de emergência – o que pode causar problema ainda maior.
Em outras palavras, o estudo aponta que o uso dessas ferramentas que buscam ampliar o conforto do condutor, como o controle de cruzeiro, dão margem para que condutores se envolvam com distrações e se tornem menos responsáveis no trânsito. Mais relaxados, os motoristas deixam de acompanhar de modo mais atento o que ocorre no perímetro.
Dessa forma, é necessário o uso maduro e consciente de tais tecnologias para que, assim, não ocasione eventuais acidentes ou colisões nas ruas.
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Fonte: direitonews