ARTHUR SANDES
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Vítor Pereira achou graça da primeira pergunta que recebeu na entrevista coletiva que concedeu neste sábado (13), na Neo Química Arena, depois da derrota por 1 a 0 no clássico para o Palmeiras. Perguntado se temia perder o emprego, o treinador deu risada.
“Você deve estar brincando comigo com esta pergunta”, começou, com o sorriso no rosto. “Eu, nesta fase da minha vida, da minha carreira, ter medo de perder o emprego? Você sabe quanto dinheiro tenho no banco, meu amigo? Tenho uma vida estabilizada, não preciso? Isso para mim passa ao lado”, afirmou o treinador alvinegro.
Sobre o jogo, “isso é que é importante”, brincou VP. “Fomos melhores, jogamos para ganhar. O resultado foi muito injusto para o que fizemos, mas o futebol é assim. Há momentos em que as coisas não saem, a sorte não protege quem arrisca mais, quem joga com coragem e quer ganhar o jogo. Fiquei com a sensação de que o empate servia ao Palmeiras, mas foram premiados com o gol”, lamentou o técnico do Corinthians.
Antes de sofrer o gol decisivo, o Corinthians fez jogo equilibrado, criou boas chances e tendo condições de sair na frente. Não fez e sofreu com isso. Uma invertida de bola errada de Fagner armou o contra-ataque mortal do Palmeiras, que não perdoou.
“Não lembro de o Palmeiras ter feito nada [no jogo]. O Palmeiras andou, perdeu tempo, perdeu tempo para levar o jogo até o final, e acabou premiado”, afirmou Vítor Pereira.
Há quatro jogos sem vencer, o Corinthians tem novo teste de fogo na quarta-feira (17), quando precisa reverter uma desvantagem de dois gols contra o Atlético-GO para seguir vivo na Copa do Brasil. O jogo é na Neo Química Arena e vale pelas quartas de final do torneio.
Veja outras respostas de Vítor Pereira
Como reverter resultado na Copa do Brasil?
“Temos que dar uma resposta forte, com coragem, para ganhar. Foi o que fizemos hoje [ontem]. Só não estou satisfeito com o resultado, mas não posso apontar absolutamente nada aos jogadores. É essa resposta que precisamos no próximo jogo para virar o 2 a 0 contra.”
Róger Guedes e Yuri Alberto juntos
“Há determinados jogos em que são quase impossíveis [juntos]. Neste momento, são as funções que temos. Perdemos os dois pontas, Willian e Mantuan. Temos o Gustavo [Mosquito] e o Adson, o Róger também pode fazer. Gosto de ter um extremo que vá em frente. Vai ter que jogar, vamos ter que encontrar a dinâmica entre os jogadores de ataque que nos permita fazer gols.”
Ameaças a jogadores
“Infelizmente o futebol está assim. Hoje somos os melhores, mas se as coisas correm mal somos os piores. Muito facilmente, na sociedade, há uma projeção na mídia, na rede social… Como não há censura, tudo é possível. Um menino de dez anos pode escrever algo e ter impacto. Temos que estar preparados para ouvir críticas. Devemos valorizar aquilo que realmente importa, que é trabalhar, estar unido, procurar resultados, melhorar, avançar nas eliminatórias, fazer bons jogos para nossa torcida. Tudo que passe do limite é condenável, mas quem valoriza isso [críticas] não pode ficar no futebol.”