Menor nível desde 2015, a taxa de desocupação do país (em relação à população economicamente ativa) caiu para 7,9% no quarto trimestre de 2022 (4T22), ante à de 8,7%, no terceiro trimestre (3T22), e ante à do anterior (8,1%), informou, nesta terça-feira (28), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para quem a queda reforça a tendência de recuperação do mercado de trabalho, após o período pandêmico. Considerando a taxa média anual do ano passado, porém, o percentual de desocupados ainda é bem elevado, atingindo 9,3%.
Na avaliação da coordenadora de trabalho e rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, “chegamos ao fim de 2022 com uma reversão no quadro depois dos efeitos da pandemia”, ao admitir que o recuo na busca por colocação, no fim de 2022, não deixa de refletir a sazonalidade do ciclo marcado pelas festas do final do ano.
Por comparativo, levando em conta que no 4T22, o contingente de desempregados no Brasil era de 8,572 milhões, isso representa uma redução de 9,4% em relação ao trimestre anterior (3T22) e recuo de 28,6% ante igual período de 2021 (4T21).
Em outra análise, a pesquisa mostra que o total de ocupados no 4T22 cresceu apenas 0,1%, em comparação com o 3T22, perfazendo um total de 99,370 milhões de pessoas, o que significa alta de 3,8% diante do 4T21.
“A ocupação vem fora daquilo que era esperado e a última vez que ela ficou estável foi lá em 2015. Mas não podemos deixar de considerar que a ocupação vinha de expansões expressivas em trimestres anteriores de 2022”, acrescenta a coordenadora do IBGE.
Já o número daqueles trabalhadores com carteira assinada, segundo o estudo, cresceu 1,6% no 4T22, ante o trimestre anterior, atingindo 36,858 milhões. Entre os que não possuíam carteira, também houve aumento, mas de 0,2%, o que significa um contingente de 13,236 milhões no 4T22. Quanto à renda média real, no último trimestre de 2022, esta era de R$ 2.808, o que representa aumento de 1,9%, ante o 3T22 e alta de 8,3%, em relação ao 4T21.
Em que pese os dados positivos que dão conta da retração na taxa de desocupação, a perspectiva do instituto é de que o aumento da taxa de juros, combinado com o desaquecimento econômico, poderão ter efeito negativo sobre o desempenho do mercado de trabalho neste ano.
Fonte: capitalist