Tatiana Weston-Webb avançou à final da etapa decisiva do Mundial de surfe no ano passado, um embate melhor de três com a havaiana Carissa Moore. Venceu a primeira bateria, foi superada na segunda e na terceira surfou a onda que poderia ter lhe dado o título. Fez quase tudo certo, mas perdeu o equilíbrio na finalização e juntou suas lágrimas à espuma marinha.
“Eu cheguei tão perto. E acreditei tanto que fosse acontecer que foi um”, afirmou à reportagem a gaúcha, fazendo uma pausa em busca das melhores palavras. “Quebrou meu coração um pouquinho. Mas agora estou aqui de novo, com essa oportunidade de novo. Eu só quero surfar o meu melhor. Estou me sentindo superbem entrando nessas finais. Estou superanimada.”
De volta à etapa chamada de Finals, nas ondas de Lower Trestles, em San Clemente, nos Estados Unidos, ela acredita que a dor carregada de 2021 possa funcionar como combustível. “Eu acho que serve, sim. Deu para ver que cheguei tão perto que posso chegar perto de novo. Eu já estou perto, né? Gostaria muito de ganhar esse título”, disse.
Weston-Webb, desta vez, tem um caminho um pouco mais longo na busca pela conquista. Terceira colocada do ranking, entra na segunda rodada, contra a vencedora do duelo entre a quarta, a costa-riquenha Brisa Hennessy, e a quinta, a australiana Stephanie Gilmore. Se vencer, enfrentará a francesa Johanne Defay, segunda, pelo direito à revanche contra Carissa Moore, primeira.
No ano passado, como segunda do ranking, Tatiana entrou no Finals já na semifinal. Desta vez, para alcançar o título, terá de disputar quatro ou cinco baterias -a final, novamente, é em melhor de três. Tudo em Lower Trestles será decidido em um dia, o que exige fôlego de quem não é a primeira ou a segunda colocada na classificação.
“Eu acho que quatro baterias é bem pesado. Cinco, ainda mais. Mas eu estou me preparando bastante fisicamente para isso, para correr quatro baterias no dia e para vencer essas quatro baterias. Vou estar pronta”, afirmou a brasileira, que se preocupou também em arejar a mente antes da disputa na Califórnia.
Em vez de embarcar com grande antecedência, preferiu passar um período onde vive, em Kauai, no Havaí. Foi só na última quarta-feira (31) que partiu a San Clemente para a disputa derradeira da temporada, que ocorrerá no dia de melhores condições do mar entre a próxima quinta (8) e a sexta-feira da semana seguinte (16).
As ondas do local Tatiana conhece “desde os nove anos de idade”, por isso não há necessidade de uma profunda aclimatação. As adversárias que precisa bater também conhece bem, como a amiga Defay e a algoz Moore. Contra Carissa, a gaúcha esteve em quatro disputas desde a final de 2021, com duas vitórias para cada lado.
“Acabei fazendo várias baterias com ela, surfei bastante contra ela neste ano. Acho que ela é minha melhor adversária no tour. E é a menina [de] que, claro, eu preciso ganhar para chegar ao título, né? Tenho que vencer. É isso. Não tem muito o que falar sobre. É uma menina incrível, gosto muito do surfe dela, gosto de assistir, mas gosto de mais de vencer as baterias contra ela.”