O empresário indiano Ratan Tata morreu nesta quarta-feira (9) aos 86 anos. O magnata era dono do Grupo Tata, conglomerado de empresas siderúrgicas, desenvolvedores de softwares e a montadora Tata Motors, que negocia uma fábrica no Brasil com o governo do estado de São Paulo. Porém, a maior fama ficou por conta do carro mais barato do mundo, o Nano.
Sua primeira aparição foi no Salão de Nova Délhi (Índia), em 2008, com a promessa de chegar logo às lojas. Desprovido de qualquer luxo, o veículo com 3 metros de comprimento e um pequeno motor de 624 cm³ de cilindrada custava cerca de R$ 4.000 nos valores da época.
O carro logo chamou a atenção e cerca de 200 mil compradores se interessaram pelo pequeno Tata no período de pré-venda, mesmo não tendo ar-condicionado, direção com assistência, airbags, freios ABS e rodas de liga leve. Nem ao menos calotas.
Os primeiros clientes foram receber seus carros somente um ano depois. O atraso aconteceu por problemas na construção da fábrica em Bengala em terras agrícolas, o que gerou protestos dos camponeses locais. O jeito foi mudar a obra para Gujarat, em outra região do país. Finalmente em março de 2009 as vendas começaram em um evento com a presença de Ratan Tata.
Entretanto, quando o Nano começou a circular, alguns problemas de qualidade começaram a aparecer. Alguns casos de incêndio foram relatados e o sucesso inicial do carro se transformou em cerca de 500 vendas mensais, bem abaixo do esperado, já em 2010. A nota zero em testes de colisão também colaborou para que a fama de “carro inseguro” se espalhasse pelo mundo.
Em 2015, o Nano chegou a ter uma segunda geração, chamada de GenX, que já incluía alguns itens de conforto, como ar-condicionado e sistema de som, mas não adiantou. Em 2018, a Tata considerou a produção do modelo insustentável e o tirou de linha sem cumprir o sonho de vender o modelo globalmente, incluindo Estados Unidos e Europa.
Atualmente, a Tata Motors produz o hatch e o sedã pequenos Tiagor e Tigor, além dos SUVs compactos Punch e Nexon, e dos SUVs médios Safari e Harrier. Desses, os quatro primeiros, justamente os menores e mais populares, possuem versões elétricas.
A Tata também é dona da fabricante de luxo Jaguar Land Rover, que já opera no Brasil com uma fábrica para montar veículos no formato SKD (kits chegam prontos de fora e a montagem é finalizada nacionalmente) em Itatiaia (RJ).
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Fonte: direitonews