A indiana Tata Motors, pertencente ao conglomerado local Tata Group, está negociando uma fábrica no Brasil com o governo do estado de São Paulo. A informação é do Automotive Business e teria sido dada pelo secretário de desenvolvimento do estado de São Paulo, Jorge Lima, durante evento da Volkswagen para anúncio de um investimento de R$ 13 bilhões nas plantas paulistas da empresa alemã.
Segundo Lima, haverá uma rodada de negociações entre representantes do governo estadual e executivos da Tata na primeira quinzena de setembro. “Temos a oferecer um parque de fornecedores bastante desenvolvido e próximo das áreas que concentram outras montadoras”, disse.
O secretário não deu detalhes, mas as duas opções mais óbvias seriam as fábricas da Toyota em São Bernardo do Campo, esta já desativada desde o fim de 2023, e Indaiatuba, que encerrará as operações até o fim de 2026.
Segundo a reportagem, as conversas estão em fase inicial e haverá um novo encontro na Alemanha, no fim de setembro, para avançar com o tema.
Existente há quase 80 anos, a Tata Motors é uma fabricante indiana voltada a carros de passeio compactos e populares. Foi ela que criou o Nano, um microcarro produzido entre 2008 e 2018, e que tinha a pecha de ser o “automóvel mais barato do mundo”. Há especulações, inclusive, de que o Tata Nano pode voltar à vida nos próximos anos como um elétrico de proposta popular.
Atualmente, a fabricante produz o hatch e o sedã pequenos Tiagor e Tigor, além dos SUVs compactos Punch e Nexon, e dos SUVs médios Safari e Harrier. Desses, os quatro primeiros, justamente os menores e mais populares, possuem versões elétricas.
Na outra ponta do mercado, a Tata é dona da fabricante de luxo Jaguar Land Rover, que já opera no Brasil com uma fábrica para montar veículos no formato SKD (kits chegam prontos de fora e a montagem é finalizada aqui) em Itatiaia (RJ).
Ainda no mercado de veículos leves, há uma joint venture com a Stellantis para produção na Índia. Na área de veículos pesados, a Tata possui linha própria e também acordos com a sul-coreana Daewoo, além de ser dona de 49% da brasileira Marcopolo, que fabrica carrocerias de ônibus.
No mesmo evento, Jorge Lima apontou que há negociações com outra fabricante de automóveis, da China, para se instalar no estado de São Paulo. O secretário estadual de desenvolvimento não abriu qual a empresa, alegando que há uma disputa por essa companhia com outros dois estados: Minas Gerais e Paraná.
Deixou escapar, apenas, que é uma fabricante com a qual a Volkswagen “tem proximidade”. Uma candidata seria a Saic, sócia da VW na China há muitos anos. A companhia anunciou recentemente uma pequena fábrica em Pouso Alegre (MG) para produzir motores voltados a máquinas pesadas da XCMG.
Contudo, existe o entendimento de que a Saic também estuda o ingresso no mercado de automóveis brasileiro, seguindo os passos de conterrâneos como BYD, GWM, Chery e Geely.
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Fonte: direitonews
