Da Redação
A Bronca Popular
A Prefeitura de Tangará da Serra rompeu o contrato com a Organização Goiana de Terapia Intensiva (OGTI), supostamente pertencente ao médico e empresário Daoud Abdallah, que estaria por trás de outras empresas operadas por testas de ferro ou laranjas.
O rompimento ocorreu devido à falta de documentação da empresa e divergências com a administração municipal.
O secretário municipal de Saúde, Wellington Bezerra, confirmou à Bronca Popular que a empresa foi notificada e que o município não tem interesse em renovar o contrato, que vence em 18 de março.
Um novo processo licitatório já está em andamento, com o pregão eletrônico marcado para o dia 24 de fevereiro.
O certame visa a contratação de uma nova empresa especializada para gerir os dez leitos de UTI do Hospital Municipal Arlete Dayse Cichetti de Brito.
As irregularidades envolvendo a OGTI fazem parte de um esquema mais amplo de burla à legislação.
A empresa Equipe Assistência Médica Ltda, proibida de contratar com o governo devido a fraudes em licitações e descumprimentos contratuais, teria ressurgido sob um novo nome: APP Serviços Médicos Ltda.
A nova empresa está registrada em nome de Andreia Alves da Silva, apontada como laranja do verdadeiro dono, Daoud Abdallah.
Uma denúncia anônima entregue ao gabinete do secretário estadual de Saúde revelou que a APP foi criada em abril de 2022, poucos meses antes da penalização da Equipe. Ambas compartilham o mesmo endereço, telefone e e-mail, além de manterem contratos milionários com a Secretaria de Estado de Saúde.
Apesar de operar em hospitais públicos como o Hospital Regional de Rondonópolis e o Hospital Metropolitano de Cuiabá (HMC), a APP só foi registrada no Conselho Regional de Medicina em abril de 2023, evidenciando sua atuação ilegal antes da regularização.
Os indícios de fraude são evidentes:
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Uso de laranja: Andreia Alves, ex-funcionária da Equipe, não teria participação efetiva na gestão da APP.
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Mesmos contatos e endereço: A APP utiliza as mesmas estruturas da empresa penalizada.
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Registro irregular: Operou por quase um ano sem inscrição no Conselho Regional de Medicina.
A continuidade das operações da APP sob o comando de Daoud Abdallah representa um grave risco ao erário e à qualidade dos serviços médicos prestados. A empresa foi contratada para gerir setores críticos, como a UTI Pediátrica do HMC, sem a devida habilitação técnica e legal.
Diante do escândalo, o Ministério Público e os órgãos de controle podem ser acionados para investigar o esquema, garantindo mais transparência e segurança na prestação de serviços médicos em Mato Grosso.
Fonte: abroncapopular