colunistas

O setor do agronegócio brasileiro tem sido palco de movimentos interessantes durante o mês de abril, evidenciando tanto oportunidades quanto desafios para as empresas do ramo. O desempenho positivo, em grande parte, tem sido impulsionado pela dinâmica favorável para a carne de frango, o que se reflete nos resultados das gigantes BRF (BRFS3) e JBS (JSBS3).

As atividades de colheita e de ensilagem de milho foram retomadas, mas de maneira lenta, com o objetivo de realizar a operação em plantas próximas ao ideal de maturação dos grãos e de preservar a condição verde das plantas antes que ocorra o secamento da palhada e a consequente perda de qualidade nutricional.

Na última sexta-feira, a cotação da novilha registrou uma queda de R$ 5,00/@, refletindo a boa oferta de boiadas e as escalas de abate prolongadas, de acordo com o informativo “Tem Boi na Linha”. Enquanto isso, as cotações do boi gordo e da vaca gorda permaneceram estáveis.

Na segunda semana de maio, as condições climáticas continuaram desfavoráveis para as atividades agrícolas, especialmente a colheita, segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, ligada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR). As perdas nas lavouras de soja aumentam diariamente com o adiamento da colheita, causando abertura de vagens, germinação de grãos ou comprometimento pela proliferação de fungos.

Diante da situação de calamidade decorrente das enchentes e alagamentos no Rio Grande do Sul, alertamos os produtores rurais atingidos para que, no momento adequado, adotem providências a fim de comprovar, documentar e quantificar os prejuízos, de modo a resguardar os seus direitos. De acordo com o advogado Roberto Ghigino, da HBS Advogados, cabe ao produtor providenciar laudo técnico, por profissional habilitado e com a devida Anotação de Responsabilidade Técnica, a fim de comprovar e quantificar documentalmente as perdas ocorridas na sua propriedade. Outros documentos, tais como fotos e vídeos, decreto de situação de emergência ou calamidade e notícias veiculadas podem ser utilizados juntamente com o laudo. O especialista, no entanto, alerta que estes documentos não servem para substituir o laudo técnico como prova específica e individual de cada produtor.

O Fiagro VGIA11 divulgou seus resultados financeiros referentes ao mês de março, apresentando um lucro de R$ 7,111 milhões. Esse valor é inferior ao lucro registrado em fevereiro, que foi de R$ 7,849 milhões. Apesar da queda no lucro, o faturamento do fundo manteve-se robusto, totalizando R$ 8,608 milhões no mês. As despesas totais foram de R$ 1,496 milhão, contribuindo para a redução do lucro líquido em relação ao mês anterior.

A cotação do trigo em Chicago, para o primeiro mês cotado (que agora passou a ser julho), apresentou altas importantes durante a semana. O fechamento desta quinta feira (16) ficou em US$ 6,63/bushel, contra US$ 6,19 uma semana antes, de acordo com a análise semanal da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema). 

A BP Bunge Bioenergia, uma líder brasileira nos mercados de etanol, açúcar e bioeletricidade, inaugurou uma fábrica de fertilizantes na usina Moema, em Orindiúva, São Paulo. Com um investimento de R$ 22 milhões, a planta se destaca por ser totalmente automatizada. A unidade produzirá fertilizantes líquidos, incluindo fertilizantes foliares com macro e micronutrientes, bioestimulantes e insumos biológicos, capazes de aumentar a produtividade em 8 a 10 toneladas por hectare. Esta produção atenderá sete das 11 usinas da empresa no Brasil, cobrindo 300 mil hectares.

Atualmente, as condições oceânicas encontram-se em um estado de neutralidade, mas há sinais emergentes que indicam a possibilidade de formação de La Niña no final de 2024. Diversas instituições meteorológicas globais, incluindo o NOAA, o Bureau de Meteorologia da Austrália (BOM) e o Centro Europeu (European Centre for Medium-Range Weather Forecasts – ECMWF), dão sinais da chegada de uma La Niña de fraca intensidade

No Brasil, os preços do cereal voltaram a subir no Rio Grande do Sul, diante das  perdas provocadas pelas enchentes, porém, se mantiveram relativamente estáveis no  restante do país, embora o viés seja de alta. A registrar o fato de que no porto de  Santos o produto voltou à casa dos R$ 60,00/saco. Assim, a média gaúcha fechou a  semana em R$ 56,26/saco, enquanto as principais praças locais trabalharam com R$  55,00.