Suspeito de mandar matar delator investiu R$ 900 mil em documentário que exalta PCC e CV


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A investigação sobre o assassinato do delator Vinicius Gritzbach revelou que o principal suspeito de ser o mandante, Emilio Carlos Gongorra Castilho, conhecido como “Cigarreira”, é dono de uma rádio e de uma produtora que investiu R$ 900 mil em um documentário sobre as facções Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV), conforme relatou o g1, nesta quarta-feira (28).

Com quase duas horas de duração, o filme “O Grito – Regime Disciplinar Diferenciado”, disponível na Netflix desde 29 de setembro, faz críticas ao sistema carcerário. No entanto, de acordo com relatório da polícia ao qual o g1 teve acesso, a produção é vista como um instrumento para fazer propaganda do PCC e do CV e enaltecer os chefes das facções.

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Assassinato, fuga e conexões criminosas

A polícia aponta que “Cigarreira” ordenou a execução de Gritzbach a tiros de fuzil em novembro do ano passado, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Câmeras de segurança registraram o ataque. Um dos motivos seria a vingança pela morte de dois comparsas.

O caso Gritzbach foi crucial para comprovar a ligação de dezenas de policiais com o crime organizado. Um novo inquérito apura se mais pessoas, incluindo um hacker, estão envolvidas no assassinato do delator.

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Seis meses após o crime, “Cigarreira” continua foragido da Justiça. Investigadores vasculharam seus imóveis, encontrando até uma réplica de fuzil emoldurada. A suspeita é que ele esteja escondido no Rio de Janeiro, para onde fugiu em um avião particular dias antes do assassinato. Chegando lá, a morte de Gritzbach foi comemorada com uma festa em uma comunidade controlada pelo CV.

Por já ter traficado drogas e armas para as duas facções, “Cigarreira” mantém um bom relacionamento com PCC e CV, o que lhe garante uma rede de proteção poderosa nos dois estados, dificultando o trabalho da polícia. Essa influência teria, inclusive, ajudado em uma breve trégua entre as facções, recentemente encerrada, conforme mensagens interceptadas pelo Ministério Público.

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Logo após a execução de Gritzbach, a rádio Street FM e a produtora K2, ambas de “Cigarreira”, que funcionavam na Avenida Paulista, encerraram as atividades no local. Para despistar a polícia, “Cigarreira” usa duas identidades falsas, com o nome “João” e sobrenomes diferentes, mas sempre com a própria foto.

Documentário e “enaltecimento” de líderes de facções

O relatório do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) aponta que a produtora K2, de propriedade de “Cigarreira”, gastou R$ 900 mil para produzir o documentário “O Grito – Regime Disciplinar Diferenciado”. Filmado entre dezembro de 2023 e março de 2024, o filme está disponível na Netflix desde 29 de setembro.

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Na avaliação dos policiais, o documentário “enaltece e vitimiza” Marco Willians Herbas Camacho, o “Marcola”, chefe do PCC, e Márcio dos Santos Nepomuceno, o “Marcinho VP”, uma das lideranças do CV. Ambas as lideranças estão presas em unidades prisionais federais de segurança máxima.

O filme critica o sistema carcerário brasileiro e o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) do ponto de vista das famílias de presos. O RDD é aplicado a criminosos graves, membros de facções e que representam risco à sociedade, sendo criticado por entidades de direitos humanos por suas regras de isolamento.

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A delegada Luciana Peixoto, que atuou no inquérito do DHPP sobre a morte de Gritzbach, afirma no relatório que os criminosos que financiaram “O Grito” tinham o objetivo de “propagar as ideias do PCC e do CV e, assim, atender a interesses das facções”.

A polícia não conseguiu comprovar a origem do dinheiro usado no documentário. O diretor do filme, Rogério Giannetto, ouvido como testemunha, confirmou ter recebido pagamento da K2. Ele relatou que a ideia surgiu em uma conversa com um representante da empresa que não era “Cigarreira”. Rogério também recebeu passagens aéreas da produtora para promover o filme na Europa, bilhetes comprados por Kauê do Amaral Coelho, o “Jubi”, apontado pela polícia como o “olheiro” do grupo que matou Gritzbach.

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Rogério Giannetto, dono da Real Filmes, defendeu que o documentário foi feito “devido à alta demanda por produções de temática ‘true crime’ em plataformas de streaming” e que a ideia do filme era “provocar uma reflexão sobre o sistema penitenciário brasileiro”. Ele destacou o reconhecimento e premiações do filme em festivais internacionais e a recepção positiva da imprensa. “Tenho 25 anos de carreira na televisão e cinema com grandes e premiadas produções, algumas novas em andamento e aqui trabalhando de forma intensa, diária como produtor audiovisual e com uma equipe talentosa e experiente”, enfatizou o diretor.

Entre as pessoas ouvidas no documentário estão o ministro Luis Roberto Barroso (atual presidente do STF), Anielle Franco (ministra da Igualdade Racial), e o padre Júlio Lancelotti, além dos cantores de rap Dexter e Oruam – filho de Marcinho VP – e familiares de Marcola.

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ONG ligada ao PCC e propaganda criminosa

A ONG Pacto Social e Carcerário, que aparece no documentário, foi alvo de uma operação policial em janeiro deste ano, que resultou na prisão de 12 pessoas. Segundo a polícia e o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco) do MP, a organização não-governamental e seus representantes seriam um braço criminoso do PCC, pertencendo ao chamado “setor de reivindicações” da facção.

Para policiais e promotores, a ONG tinha a função de “divulgar e propagar mentiras sobre o sistema prisional na imprensa e nas redes sociais a fim de manipular a opinião pública contra as autoridades e o estado”.

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Fonte: gazetabrasil

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