Sul Global não adotará postura pró-ucraniana apesar da pressão dos EUA, acredita especialista


Anteriormente, o Financial Times citou fontes que afirmaram que o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, e a subsecretária de Estado dos EUA para Assuntos Políticos Victoria Nuland vão viajar para Copenhague em 24 e 25 de junho para uma reunião com representantes do Brasil, Índia, África do Sul e Turquia para discutir a situação na Ucrânia.
Não há informações de que a China participará da reunião de alto nível. Conforme observado pelo jornal, Kiev solicitou a reunião com países que não condenaram as ações da Rússia.
O especialista lembrou que, desde o início da operação especial, Washington tem comunicado ativamente com países que se distanciaram da avaliação americana do conflito ou não manifestaram posições pró-ucranianas.

“O objetivo desse evento é, por um lado, dar continuidade a esses esforços e, por outro lado, mostrar que os EUA têm seu próprio diálogo com o Sul Global e que não há contradição existencial entre eles. Dessa forma, eles querem minar uma das teses promovidas pela Rússia relacionada ao fato de que há uma mudança fundamental na ordem mundial, onde o Sul Global está se fortalecendo gradualmente”, disse Timofeev.

Apoiadores da chamada operação Wuambushu, que visa expulsar migrantes, se reúnem em um estádio de futebol em Chirongui, no território francês de Mayotte, Oceano Índico, 27 de abril de 2023. - Sputnik Brasil, 1920, 22.06.2023

Ele acredita que os Estados Unidos querem tomar a iniciativa nesta “batalha de narrativas” e provavelmente apresentar a tese de que respeitam a autonomia dos países não ocidentais e estão dispostos a cooperar com eles.
Os EUA presumem que é de seu interesse não ter um “não-Ocidente” consolidado, observou Timofeev, mas os próprios países do Sul Global seguirão seus próprios interesses em primeiro lugar, já que há pessoas pragmáticas nesses países que manterão uma política multivetorial.
Segundo ele, os países do Sul Global não vão rejeitar totalmente a cooperação com o Ocidente, mas as relações com a Rússia também são benéficas para eles.

“Ao se distanciarem do conflito ucraniano, não apoiando Kiev e, ao mesmo tempo, evitando qualquer apoio inequívoco à operação militar especial, eles deixam espaço de manobra e não se prendem a uma única posição. Portanto, é do interesse deles continuar com sua política, ou seja, defender um acordo pacífico, mas evitar uma clara associação com a posição de Kiev ou do Ocidente”, enfatizou.

Nesta foto de folheto fornecida pela agência anfitriã de fotos RIA Novosti, o presidente russo Vladimir Putin, centro de fundo, participa de uma reunião com uma delegação de líderes africanos e altos funcionários em São Petersburgo, Rússia, 17 de junho de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 20.06.2023

Fonte: sputniknewsbrasil

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