O governo sueco está tomando medidas para reintroduzir o recrutamento de civis para seus serviços de emergência no âmbito de um programa de reforço militar do país em meio ao pedido de ingresso na OTAN.
O primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, afirmou que o serviço civil iniciará as preparações já nesta semana.
“Voltamos a uma situação em que temos o dever civil formalizado”, apontou Kristersson em uma conferência sobre defesa.
O ministro da Defesa Civil, Carl-Oskar Bohlin, disse que o esquema vai se concentrar no envio de civis adequadamente treinados para serviços municipais de resgate e no reforço das capacidades de atuação em situações de emergência ou durante um possível ataque.
Embora não esteja absolutamente claro quantos civis a nova iniciativa vai abranger, a mídia local supõe que até 3.000 pessoas poderiam ser convocadas durante a fase inicial do plano, o que faz lembrar medidas similares tomadas pela Suécia na área de segurança do período da Guerra Fria.
O recrutamento civil, que de fato é o equivalente ao recrutamento militar, tinha sido abandonado em 2008.
A medida segue em meio a outras iniciativas de defesa, tais como a decisão de aumentar os gastos militares para 2% do PIB.
Durante a Guerra Fria, os gastos da Suécia com defesa atingiram um pico de 4% do PIB (1963). No entanto, após a dissolução da União Soviética, a percentagem caiu gradualmente para um mínimo de 1% (em 2017 e 2018). Além disso, a Suécia pretende praticamente dobrar o número de recrutas militares para dez mil até 2030.
O governo também lançou conversações com os EUA sobre o aprofundamento da cooperação de defesa, enquanto a Turquia segue bloqueando a candidatura sueca de adesão à OTAN.
Segundo o ministro da Defesa sueco, Pal Jonsson, o acordo com os EUA inclui questões como o status legal dos soldados norte-americanos na Suécia, o armazenamento do material de defesa e investimentos em infraestrutura.
Em maio de 2022, a Suécia e a Finlândia abandonaram sua política de neutralidade, que durou décadas, e se candidataram a ingressar na OTAN, em meio ao agravamento da tensão militar na Europa após o início da operação militar russa na Ucrânia. Nesse contexto, a Turquia bloqueou as candidaturas dos dois países por causa de suas próprias preocupações de segurança devido ao apoio de Estocolmo e Helsinque às organizações curdas.
Recentemente, o premiê sueco Ulf Kristersson declarou que as demandas da Turquia em relação ao país nórdico são “irrealizáveis”.