O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) decidiu pelo banimento o ex-preparador de goleiros da equipe feminina do Santos, Fabrício de Paula, responsável por uma tentativa de manipulação de resultados antes da partida entre Santos e Red Bull Bragantino pelo Campeonato Brasileiro Feminino em junho. No episódio, funcionário do Peixe tentou subornar uma jogadora do Massa Bruta antes da partida.
Em primeiro momento, Fabrício de Paula foi multado em R$ 20 mil e suspenso por 180 dias. Porém, a procuradoria do STJD recorreu e o funcionário foi julgado novamente em sessão realizada na Brasil Futebol Expo.
“A manipulação é um problema muito complexo e difícil de ser combatido. Nós não vamos conseguir aniquilar totalmente, mas a Justiça Desportiva deve manter o foco e trabalhar contra…O depoimento da atleta foi consistente, coerente e com detalhes impossíveis de serem construídos falsamente”, indicou o auditor relator do processo, Mauro Marcelo de Lima.
Ele ainda comentou sobre as provas coletadas neste caso.
“Além do depoimento do atleta temos prints de conversas do denunciado oferecendo o dobro da proposta. O recorrente Fabrício foi demitido do Santos e os demais desligados do Bragantino. O que foi apurado demonstra que não estamos diante de meros indícios “, disse Mauro.
O caso
O presidente do Santos, Andres Rueda, havia denunciado durante uma entrevista coletiva a tentativa de manipulação de resultados na partida contra o Bragantino. Após o ex-preparador de goleiros procurar a atleta do Massa Bruta, ela não aceitou o suborno e denunciou o caso, onde o o Boletim de Ocorrência foi feito com base em imagens, prints e outras provas.
O presidente santista lamentou o caso e declarou que pode se apenas a ponta do iceberg do momento em que estamos vivendo no futebol brasileiro.
“A gente teve um fato lamentável comprovadamente nesse fim de semana que talvez seja a cabeça de um iceberg do que está acontecendo no nosso futebol. Um funcionário do nosso clube, do futebol feminino, utilizando-se de um intermediário do Bragantino, tentou subornar uma jogadora do Bragantino para arranjar um resultado elástico já no primeiro tempo do jogo para efeito de apostas. A jogadora recusou a proposta, eles entraram em contato comigo, apresentaram provas materiais. Quando chegou ao nosso conhecimento, tomamos algumas medidas. Providencia que tivemos de imediato: demissão por justa causa por todos envolvidos”, afirmou Rueda.
A defesa do funcionário se pronunciou dizendo que Fabricio foi apenas se encontrar com os funcionários do Bragantino, e afirmaram que é um prática muito comum no mundo do futebol as comissões manterem contato direto.
“O que houve é que, como é comum no meio do futebol, o sr. Fabricio foi ao hotel onde estava o Red Bull Bragantino para encontrar com um amigo que trabalhava naquela equipe. Nada incomum, afinal, para quem conhece os bastidores do futebol, é natural que membros de comissão-técnica rivais mantenham contato direto (como em qualquer outra profissão, ter amigos em empresas concorrentes)”.
