“A despeito de contexto mundial negativo, Brasil nunca esteve tão bem para inovar”. A afirmação é de André Esteves, chairman do BTG Pactual (do mesmo grupo que controla a EXAME). O executivo encerra a programação do primeiro dia do South Summit, evento de empreendedorismo que acontece em Porto Alegre (RS).
Em palestra, Esteves avaliou o cenário político e econômico global, e o papel das empresas em gerar impacto diante de desafios sociais e financeiros.
Para Esteves, o contexto mundial vive duas grandes rupturas: uma econômica, com destaque para a alta dos juros global, e uma geopolítica, com a guerra da Ucrânia e distanciamento crescente entre Estados Unidos e China.
Apesar de o cenário instável encarecer o capital mundo afora, a instabilidade não deve alterar substancialmente o rumo da inovação e as oportunidades para empreendedores — sobretudo no Brasil.
Qual a consequência para o Brasil?
A correção de preços financeiros, para ele, não deve impactar a inovação no mundo. “A Tesla, por exemplo, seguirá sendo uma história excelente de inovação, valendo 3 trilhões de dólares ou 200 bi”, afirma.
Apesar de o cenário instável encarecer o capital mundo afora, a instabilidade não deve alterar substancialmente o rumo da inovação e as oportunidades para empreendedores — sobretudo no Brasil.
Para Esteves, o maior custo de capital leva a um ajuste natural do mercado, que passa a viabilizar apenas projetos de inovação que fazem sentido e que priorizem a eficiência, especialmente em cadeias alimentares e de segurança.
“O maior custo do dinheiro não impede a era privilegiada que a gente tem em inovação”, disse.
Além disso, a falta de vínculo com temas geopolíticos, o ambiente favorável a negócios com múltiplas regiões e a matriz energética limpa favorecem a inovação no país. “Todos os novos critérios colocam o Brasil numa posição privilegiada. Esse momento é oportunidade para o Brasil.”
*Os jornalistas viajaram a convite do evento
Fonte: exame