Somália se recusa a negociar com a Etiópia até que ela reconheça a soberania do país


A declaração veio em meio a segunda rodada de negociações entre os dois países, realizada na segunda e terça-feira (12 e 13) em Ancara por iniciativa do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
O ministro das Relações Exteriores turco Hakan Fidan relatou que a terceira rodada de negociações para reconciliar a Etiópia e a Somália seria realizada em Ancara em 17 de setembro.
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (à direita), e o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que estará presente na cúpula do G20 no Brasil, em novembro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 24.06.2024

“Não negociaremos com a Etiópia sobre nenhuma questão até que ela reconheça nossa soberania total”, disse Hassan Sheikh Mahmoud durante uma entrevista coletiva no sábado, de acordo com a agência de notícias somali, SONNA.
Conforme relatado pela agência, o presidente somali enfatizou que o não reconhecimento da soberania da Somália pela Etiópia levou ao “recente colapso das negociações” em Ancara.
Anteriormente, a Etiópia e a república não reconhecida da Somalilândia, localizada na parte noroeste da Somália, assinaram um memorando de entendimento sob o qual Adis Abeba ganhará acesso ao mar Vermelho.
Depois disso, as autoridades somalis chamaram de volta o embaixador em Adis Abeba, e o presidente somali Hassan Sheikh Mahmud assinou uma lei anulando o acordo entre a Somalilândia e a Etiópia.
Mulheres em meio a letreiro I love Somaliland (no inglês, Eu amo a Somalilândia), instalado na principal cidade da região autônoma. Hargeisa, 8 de fevereiro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 05.01.2024

Conforme relatado pelo canal de televisão CGTN Africa, uma cúpula de emergência de países do nordeste da África, parte da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento, bloco comercial composto por Djibuti, Eritreia, Etiópia, Somália, Quênia e Uganda, convocada em Kampala, pediu à Etiópia e à Somália que reduzissem as tensões e retornassem ao diálogo construtivo.
A Somália deixou de existir como um único estado em 1991 com a queda do regime ditatorial de Siad Barre. O governo federal, que controla a capital Mogadíscio e várias outras áreas, é reconhecido pela comunidade internacional como a única autoridade legítima no país.
As partes restantes da Somália estão sob o controle de entidades estatais não reconhecidas ou são territórios autônomos. Em particular, na parte norte do país está a república não reconhecida da Somalilândia, que a comunidade internacional considera parte da República Federal da Somália, e na parte leste está a região de Puntlândia, que declarou autonomia em 1998.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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