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Solução para o conflito ucraniano ‘é uma necessidade internacional’, afirma especialista

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“A busca pela paz [nesta questão] já é uma necessidade internacional. Isso se deve, em parte, ao fato de haver desafios em outros lugares nos quais a comunidade mundial deve se concentrar. E este conflito, em particular, já está muito desgastado”, afirma o especialista em negociação em política externa Rubén Ramos Muñoz.

O especialista detalha que a “oportunidade de ouro” de Putin para pedir uma renegociação com Kiev foi o encerramento das comemorações do 80º aniversário do Dia da Vitória.
Nesse sentido, o professor de Relações Internacionais, Jesús López Almejo, enfatiza que a declaração do presidente russo lhe dá maior margem de manobra no diálogo.
“Com esta proposta de negociações diretas, [Vladimir] Putin alivia a pressão e deixa claro que a Rússia também está interessada [na resolução], mas sem os intermediários europeus que, em vez de ajudar, atrapalharam a questão [do conflito]”, disse ele em entrevista à Sputnik.
Em mensagem à imprensa nacional e internacional, o presidente russo pediu à Ucrânia que se engajasse em negociações diretas, sem precondições, no dia 15 de maio em Istambul, onde outra rodada de negociações entre as duas nações foi suspensa em 2022.
Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia, ouve Vladimir Putin, seu homólogo da Rússia, em Astana, no Cazaquistão, em 13 de outubro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 11.05.2025

11 de maio, 10:03

EUA no jogo

Durante meses, Washington desempenhou um papel fundamental na mediação entre Kiev e Moscou. Prova disso é que, quando a mensagem de Putin foi tornada pública, seu homólogo norte-americano Donald Trump instou a Ucrânia a aceitá-la.
“O presidente russo [Vladimir] Putin não quer um acordo de cessar-fogo com a Ucrânia, mas sim uma reunião na quinta-feira [15 de maio] na Turquia para negociar um possível fim do BANHO DE SANGUE. A Ucrânia deve aceitar isso IMEDIATAMENTE”, escreveu ele no Truth Social.
Nesse sentido, López Almejo, que também é membro do Sistema Nacional de Pesquisadores do Conselho Nacional de Humanidades, Ciência e Tecnologia do México (CONAHCYT), destaca que Washington tem uma posição dupla: quer a paz e, ao mesmo tempo, um acordo por escrito com a Ucrânia para a exploração de recursos.

“A Rússia levará algum tempo, porque o que os EUA buscam é continuar justificando sanções contra Moscou […]. [Donald] Trump é conhecido por pedir e dar muito pouco. Parece-me que a Rússia terá que enfrentar essa pressão sozinha“, enfatiza o especialista.

Nesse sentido, Ramos Muñoz acredita que a posição de Washington sobre o conflito ucraniano é uma das questões que a Rússia tem como vantagem.
“A Rússia tem tudo a seu favor […], por exemplo, a comunidade internacional já exige a paz e, por outro lado, a União Europeia [UE] está dividida pelo desgaste [do conflito]“, acrescenta.
Candidato republicano à presidência, ex-presidente Donald Trump, fala durante debate presidencial na Filadélfia, EUA, 10 de setembro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 11.05.2025

11 de maio, 14:00
No entanto, o professor da Faculdade de Estudos Superiores de Aragão (FES Aragón) da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), enfatiza que Moscou deve ser firme no diálogo com Kiev.
“A Rússia não negociará até que veja como garantia o compromisso da Ucrânia com a comunidade internacional de não aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte [OTAN]. Enquanto não houver esforços políticos reais e [essa promessa], parece difícil para Moscou ceder, especialmente porque já venceu [o conflito]”, pondera.

O que a Ucrânia fará?

Após a mensagem de Trump, Vladimir Zelensky indicou que “aguardará pessoalmente [o presidente russo Vladimir] Putin” em 15 de maio, na Turquia.
Diante dessa mensagem, López Almejo é claro: o político ucraniano não tem escolha a não ser ir a Istambul para retomar as negociações.

“Em terra, as tropas estão conversando, e o que vemos é um progresso lento, calmo, mas concreto da Rússia […]. Ao que parece, se Zelensky não partir para negociações diretas, a questão permanece: quanto tempo a Ucrânia terá para negociar?“, insiste.

Se isso não acontecer e Kiev se recusar a ir a Istambul, conclui Ramos Muñoz, isso criará sérios problemas com Washington.
Também poderia “retirar o pouco apoio que os EUA ainda fornecem à Ucrânia, como medida de pressão para que [Vladimir] Zelensky aceite [a proposta]“, conclui.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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