Arqueólogos anunciaram novas descobertas que indicam a reocupação de Pompeia após a devastadora erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C., que destruiu a antiga cidade romana. A revelação foi feita pelos diretores do sítio arqueológico, que destacaram evidências de que sobreviventes retornaram à área, mesmo diante das condições adversas. Pompeia, que abrigava mais de 20.000 habitantes, foi parcialmente repovoada por pessoas que não tinham recursos para recomeçar em outro lugar.
Esses sobreviventes, segundo os pesquisadores, foram acompanhados por outros indivíduos atraídos pela possibilidade de encontrar objetos valiosos deixados para trás nos escombros. Apesar disso, os dados arqueológicos sugerem que se tratava de um assentamento informal, marcado por precariedade e ausência da infraestrutura típica das cidades romanas.
© Foto / Conta oficial de mídia social do Parque Arqueológico de PompéiaRecipientes de despensa de terracota, vestígios de assentamento pós-79 d.C.
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Recipientes de despensa de terracota, vestígios de assentamento pós-79 d.C.
© Foto / Conta oficial de mídia social do Parque Arqueológico de PompéiaEsqueleto de equídeo na Ilha Meridional, Região VIII.
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Esqueleto de equídeo na Ilha Meridional, Região VIII.
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Recipientes de despensa de terracota, vestígios de assentamento pós-79 d.C.
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Esqueleto de equídeo na Ilha Meridional, Região VIII.
As escavações revelaram que, embora os andares superiores das antigas residências tenham sido reutilizados como moradia, os térreos foram transformados em espaços funcionais, como porões com fornos e moinhos. Essa adaptação reforça a ideia de uma vida improvisada entre ruínas, distante do esplendor da Pompeia original. O diretor do sítio, Gabriel Zuchtriegel, descreveu esse cenário como uma “favela entre as ruínas“, uma aglomeração cinzenta que contrastava com a antiga cidade vibrante.
Apesar de já existirem indícios da reocupação, eles foram negligenciados por arqueólogos anteriores, que priorizaram o acesso aos afrescos e estruturas bem preservadas. Muitos vestígios dessa fase foram removidos sem documentação, apagando parte importante da história pós-erupção.
Estima-se que entre 15% e 20% da população de Pompeia tenha morrido durante a erupção, principalmente por choque térmico causado pela nuvem de gases e cinzas. A cidade foi soterrada por material vulcânico, o que permitiu a preservação quase intacta de construções, objetos e até corpos humanos, tornando Pompeia um dos sítios arqueológicos mais extraordinários do mundo.
Desde sua redescoberta no final do século XVI, Pompeia tem fascinado estudiosos e visitantes. Hoje, é reconhecida como Patrimônio Mundial da UNESCO e figura como o segundo destino turístico mais visitado da Itália, atrás apenas do Coliseu de Roma. Em 2024, recebeu cerca de 4,17 milhões de visitantes, atraídos por sua impressionante conservação e história.
O sítio arqueológico cobre uma área de aproximadamente 22 hectares, dos quais um terço ainda permanece soterrado pelas cinzas. As recentes escavações não apenas ampliam o entendimento sobre a vida antes da erupção, mas também revelam uma nova camada de história: a resiliência dos que tentaram reconstruir suas vidas entre os escombros.
Fonte: sputniknewsbrasil