Aos 40 anos, Serena se despede do tênis como a maior vencedora de Grand Slams da história da Era Aberta do tênis, iniciada em 1968. Acima dela está apenas a australiana Margaret Court, que conquistou quase todos os seus 24 troféus antes da profissionalização do esporte.
Em 27 anos de carreira, ainda acumulou troféus de majors em duplas femininas (14) e duplas mistas (2). São 39 títulos nos quatro maiores torneios do mundo. Quando o assunto é apenas a disputa de finais de simples, aparece como a segunda maior, com 33 aparições, apenas uma a menos que a compatriota Chris Evert.
As chances de mais um título eram remotas, mas houve motivos para alimentar esperanças de que Serena poderia ir mais longe nesta edição do US Open, já que, na fase anterior, ela eliminou a estoniana Anett Kontaveit, atual número 2 do mundo. Mesmo eliminada depois do grande feito, Serena deixou a quadra em êxtase, chorando lágrimas de felicidade’, como ela mesma frisou.
“Eu tentei. Obrigado, pai, eu sei que você está assistindo. Obrigado, mãe”,começou a discursar a americana ao fim do jogo, antes de cair em lágrimas e precisar de um tempo para recuperar as palavaras. “Todo mundo que esteve do meu lado por anos, décadas, eu agradeço. Tudo começou com meus pais e eles merecem tudo, então sou muito grata por eles. São lágrimas de felicidade. Eu também não seria eu sem minha irmã Venus. Obrigada”.
Na noite anterior, Serena fez sua despedida da disputa por duplas. Ao lado da irmã Venus, perdeu por 2 sets a 0 para as checas Lucie Hradecka e Linda Noskova, após parciais de 7/6 (5) e 6//4, ainda na primeira fase. As Williams voltaram ao Arthur Ashe Stadium nesta sexta. Desta vez, apenas Serena estava em quadra, enquanto Venus observava sentada na arquibancada, ao lado de inúmeras celebridades americanas, como o cineasta Spike Lee, a cantora Ciara e o cantor Seal.
A torcida dos presentes na arena, obviamente, era majoritariamente pela tenista da casa. Aplausos e gritos explodiam ao redor a cada ponto marcado por ela, mas, ao fim do primeiro set, o sentimento geral foi de frustração. Após ter o saque quebrado por Tomljanovic no primeiro game, Serena reagiu rápido, devolveu a quebra e conseguiu a vantagem no placar, além de ampliá-lo quebrando mais um serviço. Na sequência, entretanto, sofreu duas quebras no caminho e viu a virada da australiana, que fechou a parcial em 7/5.
No set seguinte, Serena protagonizou uma disputa tensa com a adversária após dar sinais de que não sofreria tanto, uma vez que abriu 4 games a 0 logo de início, quebrando dois serviços de Tomljanovic. Foi devolvendo a quebra e colocando 4 a 1 no placar que a australiana iniciou a reação. Venceu mais um game e viu a americana ganhar em seguida. Com 5 a 3 no placar, disputaram um interminável set de 15 minutos, vencido por Tomljanovic. Depois disso, o equilíbrio seguiu e o set foi decidido num tie-break apertado. Serene fez 7 a 6 e conseguiu levar para o terceiro set.
Cansada, a maior vencedor de Grand Slams da história sofreu um pouco mais no último set. Até venceu o primeiro game, mas viu a adversária dominar a partida a partir dali, vencendo todos os outros sets. Quando o placar marcava 5 a 1, conseguiu salvar seis match points da australiana e ainda teve a oportunidade de três break-points, mas já estava no seu limite e não conseguiu adiar mais a aposentadoria.
CARREIRA
Recordista em Grand Slams, Serena é a maior vencedora do Aberto da Austrália, com sete troféus. No US Open, buscava o sétimo, mas encerra a carreira com seis, dividindo o topo com Evert. Em Wimbledon, tem os mesmos sete de Steffi Graf, com quem divide o posto de segunda maior vencedora. A maior é Martin Navratilov, com nove. Em número de vitórias por Grand Slam, Serena é a recordista na Austrália e no Major disputado em Nova York, com 92 e 106 triunfos, respectivamente.
Ao longo da carreira, a americana protagonizou uma série de momentos inesquecíveis, como quando foi campeã do Aberto da Austrália de 2017, aos 35 anos e grávida de dois meses de sua primeira filha. Ali, tornou-se a tenista mais velha a vencer um grande. Também foi a mais velha a ocupar a liderança do ranking e a primeira tenista negra a vencer um Grand Slam desde as conquistas da compatriota Althea Gibson nos anos 50.
No total, é a terceira da história com o maior número de semanas como número 1 do mundo na WTA, com 319. Mais uma vez, Graf e Navratilova estão à sua frente, com 377 e 332, respectivamente. Já a lista de semanas seguidas como número 1 do mundo é liderada por Serena ao lado da alemã, ambas com 186.