Há quase 30 anos o Brasil assistia ao vivo o acidente que culminou na morte de Ayrton Senna, durante o Grande Prêmio de Ímola, na Itália, em que o piloto corria pela Williams. No ano anterior, entretanto, o tricampeão competia com o carro de outra equipe inglesa, a McLaren, conquistando seis vitórias na temporada de 1993 da Fórmula 1. Uma delas completa 31 anos hoje: a do GP do Brasil, em Interlagos, que aconteceu no dia 28 de março daquele ano.
O primeiro lugar aconteceu durante a centésima corrida de Senna pela McLaren na categoria. Em clima de chuva, a conquista chegou não sem antes o piloto receber punição por ter feito uma manobra considerada arriscada durante a prova, além da perda de mais de dez segundos nos boxes.
Apesar de largar em terceiro lugar, atrás de Alain Prost e Damon Hill, ambos da Williams, o brasileiro aproveitou o abandono de Prost, que bateu no retardatário Christian Fittipaldi quando a chuva apertou, ultrapassou Hill quando a pista secou e se consagrou o campeão da etapa. Ao fim da corrida, Senna foi recepcionado pelo público, que invadiu a pista para comemorar a vitória.
Por conta das condições climáticas, o saldo da corrida incluiu pelo menos uma dezena de acidentes – um deles envolvendo Alain Prost, que liderava desde a largada. Outro destaque da etapa foi a re-estreia de um Pace Car na Fórmula 1, que não era usado havia 20 anos e ficou na pista por oito voltas.
Com motor V8 da Ford e 685 cv de potência, conjunto mecânico que acompanhou o piloto durante toda a temporada, o McLaren MP4/8 era considerado inferior em potência aos modelos adversários da Williams e da Benetton, que no GP do Brasil usava uma especificação mais moderna do Ford com oito cilindros.
Não é à toa que, após liderar três das seis primeiras corridas da temporada de 1993, e ter desempenho surpreendente, Senna ficou durante oito corridas seguidas sem conquistar posição no pódio, o período sem vitórias mais longo de sua trajetória na McLaren. Isso porque a performance do carro já não era páreo aos oponentes.
A vitória de 1993, em São Paulo, foi a primeira de cinco que o piloto conquistou naquela temporada, sendo os outros triunfos registrados nos GPs da Europa, de Mônaco, do Japão e da Austrália. Apesar de não ser a temporada em que o brasileiro acumulou mais triunfos (em 1988 foi campeão mundial ao conquistar o primeiro lugar em oito etapas), Senna foi o vice-campeão naquele ano.
Além disso, muitos consideram a última temporada do tricampeão com a McLaren como uma das melhores ou até a melhor de sua carreira, justamente pelas histórias por trás de suas vitórias, como o triunfo após ultrapassar cinco pilotos na primeira volta do GP da Europa, em Donington, naquela que é considerada por muitos a “melhor volta da história da Fórmula 1”, ou a pole position que o piloto fez quase sem gasolina no GP da Austrália.
Vale ressaltar ainda, que a conquista do primeiro lugar na etapa de Adelaide, na Oceania, foi a última da vida de Senna, já que o piloto morreu em maio do ano seguinte.
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Fonte: direitonews