Em um novo estudo publicado no Astrophysical Journal Letters, uma equipe de astrofísicos liderada pela Universidade do Noroeste norte-americana descobriu que a semelhança entre a atmosfera e seus exoplanetas com os discos circundantes geradores de estrelas pode ser menor do que se pensava anteriormente.
De acordo com a pesquisa, que marca a primeira vez que físicos comparam informações de um exoplaneta, com seu disco natal e sua estrela hospedeira, os pesquisadores descobriram uma composição incompatível de gases na atmosfera do planeta em comparação com os gases dentro do disco.
Todos os planetas nascem de um disco natal — um disco giratório de gás e poeira que circunda uma nova estrela — que com o passar de milhões de anos, forma aglomerados a partir da ação da gravidade sobre o gás e a poeira cósmicos, que eventualmente se transformam em planetas.
Como a maioria dos exoplanetas observáveis era velho demais, a ciência ainda não tinha conseguido produzir uma análise comparativa com o disco natal, algo que foi possível com PDS 70, um disco natal que envolve dois exoplanetas gigantes gasosos incipientes — semelhantes a Júpiter — chamados PDS 70b e PDS 70c, localizados a apenas 366 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Centaurus. Os planetas têm, no máximo, 5 milhões de anos de idade.
Para medir os materiais, a equipe liderada por Chih-Chun “Dino” Hsu, da Universidade do Noroeste, examinou “a digital” do exoplaneta por intermédio dos espectros da luz emitida por PDS 70b. Ao estudar esses espectros, os pesquisadores podem identificar as moléculas ou elementos específicos dentro de um objeto. Desta forma, os pesquisadores obtiveram informações sobre monóxido de carbono e água do PDS 70b. A partir disso, eles calcularam a proporção inferida de carbono e oxigênio na atmosfera do planeta. Então, eles compararam essa proporção com medições relatadas anteriormente dos gases no disco.
Em sua pesquisa, os pesquisadores esperavam que a proporção de carbono para oxigênio no planeta pudesse ser semelhante à do disco, mas, em vez disso, descobriram que o carbono, em relação ao oxigênio, no planeta era muito menor do que a proporção no disco, demonstrando que “nossa imagem amplamente aceita da formação do planeta era muito simplificada”, completou Hsu, segundo o portal Phys.org.
Segundo a equipe, após a análise dos espectros observados do outro planeta no sistema PDS 70, será possível comparar seus resultados e estabelecer novos modelos para observação de exoplanetas.
Fonte: sputniknewsbrasil