Diante do cancelamento dos planos de fusão com a Honda, a Nissan planeja agora implementar um rigoroso programa de corte de gastos para ganhar fôlego e sair da crise. Em comunicado oficial, a marca confirmou que adotará uma série de novas iniciativas para reduzir despesas, incluindo demissões, realinhamento estratégico e até mesmo fechamento de fábricas.
Logo de cara, a marca anuncia que cortará 6.500 empregos em plantas de automóveis e motores ao redor do mundo. No ano fiscal de 2025, cerca de 5.300 colaboradores serão demitidos e, depois, no ano fiscal de 2026, mais 1.200 pessoas serão desligadas. Posteriormente, outros 2.500 funcionários – neste caso oriundos da força de trabalho indireta – serão dispensados em um programa de demissão voluntária.
Os cortes iniciais serão concentrados principalmente nas plantas de Smyrna e Canton, nos Estados Unidos, que terão seus turnos operacionais reduzidos. Além disso, outros desligamentos virão em decorrência do fechamento de uma das fábricas da empresa na Tailândia. No total, três plantas serão encerradas, mas a Nissan ainda não confirmou quais as outras duas.
Os fechamentos fazem parte do plano reestruturação da base global de fabricação da marca. A meta é reduzir a capacidade de produção em 20% até o ano fiscal de 2026, saindo de de 5 milhões para 4 milhões de veículos produzidos anualmente. Só na China, um de seus mercados mais importantes, a Nissan cortará sua capacidade em 500 mil unidades. A meta é otimizar custos e alcançar margem operacional estável de 4%.
O comunicado não faz qualquer menção ao Brasil e, por aqui, os planos da Nissan são bastante otimistas. A marca está investindo R$ 2,8 bilhões na modernização da fábrica de Resende (RJ) e em breve começará a produzir por lá a nova geração do Kicks. O modelo chegará ao mercado mais tecnológico, equipado e com design completamente revisto. A planta poderá abrigar, ainda, a produção de mais um SUV, neste caso menor e posicionado como rival do Fiat Pulse.
Também de olho nos custos, a Nissan afirma que reduzirá o tempo de desenvolvimento de veículos novos em 15 meses, saindo dos atuais 52 meses para apenas 37 meses. A fabricante fala também na estratégia de “simplificação de design”, dando a entender que unificará sua linguagem estética em todos os modelos globais. Além disso, a complexidade das peças deve diminuir em até 70%, novamente otimizando custos e reduzindo despesas.
Apesar de frustrados os planos de fusão com a Honda, a Nissan é clara ao dizer que ainda está à procura de um novo parceiro. “Buscar oportunidades de parceria estratégica que tenham o potencial de aumentar significativamente o valor corporativo”, diz o comunicado. Uma das possibilidades seria um acordo com a Foxconn, fabricante do iPhone, que já disse ter interesse em trabalhar com a montadora.
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Fonte: direitonews