‘O tudo ou nada para viver uma vida interessada em chegar aos EUA’
“A selva de Darién é uma rota irregular que conta com montanhas íngremes, rios e clima tropical. Além das questões naturais, quem passa por ali tende a enfrentar também ‘coiotes e traficantes de pessoas'”, comenta Ana Paula Rodriguez, doutora em história comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especialista em estudos migratórios, consultora da Global Mobility e consultora ad hoc da OIM.
“Há uma série de equipamentos que as pessoas precisam adquirir para poder atravessar entre cinco e nove dias de selva para sobreviver. […] Há um investimento alto em barracas de camping, em água, em alimentos, alimentos que não vão estragar, repelente. Também tem repelente para cobra para poder jogar perto dos acampamentos”, relata.
Dentre das opções, passar por Darién seria a ‘menos pior’?
“A Colômbia tem duas costas: […] uma costa do Pacífico e uma costa Caribe Atlântica. Ambas as costas têm basicamente dois portos que têm volume”, começa.
Como o alto fluxo de pessoas na região tem trazido problemas para Darién?
“Essas próprias comunidades indígenas estão sentindo que aos poucos vão tendo invasão dos territórios, conflitos pela posse por mudanças de rota que às vezes pretendem passar por dentro das comunidades indígenas”, diz a analista.
Como os países podem trabalhar para resolver o problema?
“Eu entendo que a solução menos pior seria aumentar o controle de ambos os governos na região, tentar preservar ao máximo os biomas dentro do possível, não urbanizar de jeito nenhum porque vai ser um ‘biocídio'”, avalia.
EUA, o principal destino: como se comportam?
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Fonte: sputniknewsbrasil