Segurança da África precisa de mais apoio e menos presença militar estrangeira, diz analista


Os Estados Unidos estão tentando persuadir vários Estados da África Ocidental a permitir o uso dos seus campos de aviação para realizar operações com drones, conforme aponta o relatório do The Wall Street Journal.
Essa medida visa, em tese, conter a propagação de grupos terroristas islâmicos em Gana, Benin e Costa do Marfim, afirmou o veículo de comunicação.
Adicionalmente, destacou que os drones dos EUA poderiam supostamente “realizar vigilância aérea de movimentos militantes ao longo da costa e fornecer informações para aconselhamento tático às tropas locais durante operações de combate”.
O coordenador de comunicações estratégicas do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, em coletiva. Washington, D.C., 13 de setembro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 03.01.2024

Entretanto, a iniciativa dos drones dos Estados Unidos ocorre em meio a uma “mudança no sentimento e atitude pública” nos Estados africanos “contra a presença militar estrangeira”, argumentou Ovigwe Eguegu, conselheiro político nigeriano da consultora Development Reimagined.

“A atitude que estamos observando, contrária à presença militar estrangeira, especialmente de grandes potências como os EUA, se deve à preocupação de que estamos agora em uma era de competição de poder, e o risco de conflito por procuração é bastante elevado“, disse Eguegu.

“Cidadãos que têm conhecimento do que aconteceu durante a Guerra Fria são muito avessos à presença de tropas estrangeiras.”
Ele também observou que as missões militares dos EUA e da França na África, assim como a Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização no Mali (Minusma, na sigla em francês), pouco contribuíram para melhorar a situação de segurança nos países onde foram implantadas.
Já os “sucessos alcançados no contraterrorismo” na região foram principalmente atribuídos à Força-Tarefa Conjunta Multinacional (MNJTF, na sigla em inglês), composta por unidades militares do Níger, da Nigéria, do Chade, de Camarões e do Benin.
Voluntária carrega saco de grãos distribuído pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) - Sputnik Brasil, 1920, 29.12.2023

“Embora haja espaço para a cooperação militar estrangeira, não há necessidade de presença militar estrangeira no continente, pois os exércitos regionais existem para esse propósito”, observou Eguegu.

Ele também sugeriu que é improvável que uma maior “militarização das soluções de segurança” melhore a situação de segurança na África, defendendo uma abordagem diferente.
Segundo Eguegu, a “solução para os desafios de segurança da África, em geral, pode vir na forma de apoio financeiro”, quando o apoio estrangeiro se traduz em essência no fornecimento de armas e treinamento às forças locais, não envolvendo necessariamente “operações militares” por forças estrangeiras.

Fonte: sputniknewsbrasil

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