O segundo dia da 12ª edição da Semana Internacional do Café (SIC), um dos maiores e mais importantes eventos do mercado cafeeiro do Brasil e do mundo, aconteceu nesta quinta-feira, 21, no Expominas, em Belo Horizonte. Com o tema principal Como o clima, a ciência e os novos consumidores estão moldando o futuro do café, o encontro deste ano faz referência ao atual cenário mundial e a necessidade e demanda por sustentabilidade em todos os setores.
Logo pela manhã, no grande auditório Robério Oliveira Silva, o Sebrae Minas promoveu o Encontro Educampo, com a temática “Cafeicultura além do óbvio e Fazendas Infinitas”, e o Encontro do ALI Rural, iniciativa que visa promover a inovação e o desenvolvimento sustentável do agronegócio brasileiro. Tais práticas são fundamentais para preservar o meio ambiente, garantir o futuro da atividade, além de incrementar a produtividade e atingir novos mercados.
“Nossos projetos apoiam as origens controladas na criação de novas formas de produzir de maneira responsável, integrada e efetiva”, destaca Priscilla Lins, gerente da Unidade de Agronegócios e Artesanato do Sebrae Minas. Por meio do Educampo, plataforma de gestão para o agronegócio, que integra 535 propriedades rurais do estado, o Sebrae Minas apoia os produtores na implementação de estratégias de manejo, manutenção da saúde do solo, redução do consumo de água nas lavouras, além de qualificar as fazendas para obterem certificações em agricultura regenerativa. “Somente na Região do Cerrado Mineiro, por exemplo, numa parceria com a Expocaccer, alcançamos 41 fazendas certificadas, totalizando uma área de 8.855 hectares de café, e mais de 60 fazendas em processo de certificação”, destaca Priscilla. No mesmo auditório, aconteceu o 8º Prêmio ATeG: ações com produtores e premiação Concurso ATeG/Café+Forte, um tradicional cupping de cafés especiais do programa ATeG Café + Forte, do Sistema Faemg Senar.
Nesta oitava edição do prêmio, os cafés alcançaram altos níveis de qualidade. O vencedor geral obteve pontuação superior a 90 pontos. Uma das categorias especiais foi a de “manejo sustentável” para reconhecer as boas práticas na cafeicultura brasileira.
“A assistência técnica e gerencial tem como principal objetivo promover melhorias na produção e na gestão das propriedades rurais. Atualmente, é impossível dissociar esse trabalho da sustentabilidade. As práticas de manejo sustentável representam não apenas uma evolução, mas uma necessidade para garantir a conservação do solo, da água e de outros recursos naturais, uma visão que está presente em todo o trabalho dos técnicos de campo. Sustentabilidade e assistência técnica caminham juntas, porque sem isso, não há como garantir um futuro promissor para a agropecuária”, destacou a gerente de Assistência Técnica e Gerencial do Sistema Faemg Senar, Nathália Rabelo.
No Auditório Conexão, por sua vez, ocorreu o Fórum de Cafeicultura Sustentável, que incluiu diversas palestras. Entre elas, Revolução verde: exemplos da nova economia sustentável, com Silvia Pizzol, diretora de sustentabilidade do Cecafé, Marcelo Altieri, vice-presidente sênior da Yara, e Carlos Augusto Rodrigues de Mello, presidente da Cooxupé, A força da ciência nas questões de clima, solo, variedades e consumo, com Gerson Giomo, pesquisador do IAC, Diego Siqueira, CEO da Quaticum, e Abrãao Carlos Verdin, pesquisador do Incaper, e Revolucionando a cadeia cafeeira: Lançamento da plataforma de rastreabilidade das IGs brasileiras de café – Sebrae Nacional.
Para Caio Alonso, diretor da Espresso&CO, um dos realizadores do evento, as boas práticas agrícolas incluindo a agricultura regenerativa é um caminho sem volta. “Somente com atitudes que priorizam a fertilidade do solo, a biodiversidade e a preservação dos recursos hídricos, conseguiremos minimizar os efeitos das mudanças climáticas e garantir o futuro das nossas produções e o equilíbrio entre meio ambiente e sociedade. Essa é a verdadeira e almejada revolução verde. Na Sala Conferência, por sua vez, foi discutido, entre outros assuntos, Cafeicultura regenerativa: desafios, oportunidades e ferramentas para regenerar a saúde do solo, com o palestrante José Carlos de Oliveira, instrutor do Senar.
Já na Arena de Inovação, ambiente dedicado soluções para o futuro da cafeicultura, tiveram as conversas Café 4.0: integrando tecnologia e inovação na cadeia produtiva do café, guiada por Pedro Luiza Lima Bertani, professor da UFU, Futuro Café: transformação digital na cafeicultura com inteligência artificial para gestão de colheita e sanidade vegetal, com Matheus de Souza Gomes, professor da UFU, e Explorando o café: ciência que transforma, da semente ao sabor, com Emanuele Catarina da Silva Oliveira, professora da IF Espírito Santo.
Para o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Thales Fernandes, a discussão proposta pela SIC deste ano foi muito oportuna, pois dialoga diretamente com o que o mercado espera do café e da agropecuária brasileira. “O agro está totalmente ligado à manutenção e proteção do meio ambiente. Quando discutimos sobre desafios como as mudanças climáticas, a sustentabilidade e a recuperação de pastagens degradadas, estamos envolvendo o produtor rural em uma luta que é dele também, já que não existe produção saudável em um ambiente destruído”, analisa.
Outro destaque do segundo dia da Semana Internacional do Café foi o Campeonato Brasileiro de Barista. Organizada pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), a competição julga 20 profissionais por sua habilidade e por seu conhecimento no preparo e na apresentação de cafés espressos, bebidas com leite e drinques assinatura, assim como pelo conhecimento da indústria e dos produtos que utilizam. O campeão nacional, que será anunciado amanhã, ganhará o direito de representar o Brasil no campeonato mundial dessa categoria.
A SIC é uma realização Espresso&CO, Sistema Faemg Senar, Sebrae e Governo do estado de Minas Gerais, com apoio institucional do Sistema Ocemg. Além de patrocínio diamante 3corações, patrocínio prata Nespresso, Nescafé e Sicoob, e patrocínio bronze Yara, Melitta e Senar.
O evento é gratuito para produtores rurais, empresas da área (visitantes com CNPJ) e visitantes internacionais. Pessoas físicas têm acesso por meio da compra de ingresso (R$ 70,00 para os três dias).
Fonte: noticiasagricolas
