Em 2024, a Honda fez um anúncio de investimento de R$ 4,2 bilhões para o Brasil. Uma parte desse valor foi usada para o desenvolvimento do novo WR-V, que acabou de ser lançado em nosso mercado e será produzido em Itirapina (SP) ao lado da família City e do HR-V. O SUV, inclusive, já tem uma lista oficial de preços, versões e equipamentos.
O restante vai ser aplicado na criação de um inédito motor híbrido flex. Também no ano passado, o então vice-presidente comercial da Honda, Roberto Akiyama, já havia contado em entrevista ao podcast CBN Autoesporte que esse novo motor híbrido flex só chegará ao mercado brasileiro em 2028. Agora, Autoesporte pode afirmar que o responsável pela estreia será a quarta geração global e terceira geração nacional do HR-V.
Documentos obtidos por nossa reportagem apontam que o novo Honda HR-V brasileiro vai ser o primeiro produto local da Honda a adotar o motor 1.5 e:HEV. Sua base é o mesmo propulsor aspirado de 1,5 litro, quatro cilindros, 16 válvulas e injeção direta que já equipa toda a gama nacional da marca, desde os City sedã e hatch até as versões de entrada do próprio HR-V, passando pelo novato WR-V.
A diferença é que ele passa a funcionar em ciclo Atkinson em vez de Otto, a fim de otimizar a eficiência energética. Por isso, sozinho, tem 98 cv. Aliado a um conjunto com dois motores elétricos, um gerador e outro de tração, com 109 cv, o sistema é um híbrido pleno (HEV), como o dos Toyota Corolla e Corolla Cross, o que significa que possuem um sistema elétrico de alta tensão (acima de 60 Volts em corrente contínua) sem recarga externa, o motor 1.5 e:HEV da Honda já é usado em outros mercados, como a Europa e a Ásia.
Na Tailândia, usando gasolina com 20% de etanol, esse conjunto rende 131 cv de potência combinada e um pico de 25,8 kgfm de torque, vindo do motor elétrico. O 0 a 100 km/h ocorre em 10,6 segundos. O funcionamento do conjunto motriz é similar ao das motorizações e:HEV usadas por Civic, Accord e CR-V, o que significa que não há caixa de câmbio.
Assim, os motores a combustão e elétrico de tração se ligam diretamente ao diferencial por meio de um conjunto de engrenagens, com uma única relação de marcha mecânica, longa, para que o motor 1.5 tracione as rodas apenas a velocidades mais altas, de cruzeiro, quando está operando a cargas mais suaves. Nas acelerações e retomadas, é o motor elétrico que atua, com o 1.5 operando por vezes como gerador de energia para as baterias de 1,1 kWh.
Com essa motorização, o Honda HR-V de atual geração é capaz de obter consumo de até 18,5 km/l na Europa, segundo o ciclo WLTP. A maior vantagem desse conjunto é que o motor 1.5 já é produzido no Brasil e preparado para ser flexível, aceitando qualquer nível de gasolina, etanol ou uma combinação de ambos no tanque.
A chegada do novo Honda HR-V híbrido no Brasil está prevista para 2028, mesmo ano em que a quarta geração global do SUV deve ser lançado em outros países de Europa e Ásia. A plataforma é a mesma GSC (sigla em inglês para Global Smart Cars) que serviu tanto à atual quanto à penúltima geração do SUV compacto, porém com mudanças profundas na carroceria e arquitetura eletrônica.
Depois dele, a Honda investirá em uma troca de geração da família City, que deve ser revelada na Tailândia também em 2028, mas chegar ao nosso país posteriormente, entre 2029 e 2030, e também terá a motorização 1.5 e:HEV em suas versões de topo.
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Fonte: direitonews





