As sanções antirrussas não estão tendo o efeito devastador que o Ocidente esperava, e não levaram ao colapso da economia da Rússia, escreveu na terça-feira (27) a rádio alemã Deutschlandfunk.
Assim, a “guerra econômica” contra Moscou não tem dado os resultados esperados, com o Fundo Monetário Internacional (FMI) revisando as projeções emitidas na primeira metade de 2022 de uma queda de 8-9% do PIB da Rússia para uma contração mais modesta de 3,5%.
“Alguns economistas pensavam que a ponta grossa só chegaria em 2023. Mas as previsões para o próximo ano não são tão sombrias quanto se poderia esperar”, continuou a mídia, apontando para uma previsão do FMI de outubro de que a economia russa encolheria 2,3% no próximo ano, o que significa que “todas as previsões concordam que a economia russa também não será posta de joelhos por sanções no próximo ano”.
A mídia alemã atribuiu a resiliência da economia russa à alta global dos preços do petróleo e do gás, que permitiram incrementar as receitas mesmo com a redução dos volumes de exportação do petróleo e do gás provocados pela redução de importações nos países ocidentais. Além disso, embora empresas estrangeiras tenham deixado a Rússia em 2022, “a maioria ficou”,
Além disso, em casos em que as empresas ou produtos ocidentais desapareceram, as operações das empresas eram vendidas a cidadãos russos, e em outros casos os importadores russos intervinham para os substituir, frequentemente através das chamadas importações paralelas, ou mercadorias importadas por distribuidores sem licença.
“Em outras palavras, algo está sempre faltando na Rússia, inclusive nas prateleiras das lojas, mas geralmente não completamente e não por muito tempo.”
A Deutschlandfunk expressou esperança de que a prorrogação do conflito na Ucrânia incrementaria a dor econômica à Rússia, com um aumento da escassez de trabalhadores devido à mobilização parcial, e mais gastos em defesa e segurança em oposição a setores como infraestrutura ou educação, fatores que podem “custar à economia russa muita força a longo prazo”.