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A reconstrução da Faixa de Gaza, tema de intenso debate nas últimas semanas, necessitará de 53,142 bilhões de dólares, de acordo com uma estimativa divulgada pela ONU nesta terça-feira (11). A avaliação, liderada pela equipe do secretário-geral António Guterres, foi feita de forma parcial devido às dificuldades impostas pelos combates. Diante das “necessidades identificadas em Gaza”, a ONU apresentou um “panorama inicial da considerável escala de necessidades para a reconstrução e recuperação do território”.
O relatório aponta que “mais de 60% das residências” foram destruídas, e que “30% dos fundos” (cerca de 15,2 bilhões de dólares) terão que ser alocados apenas para este setor. Além disso, foram calculados os custos de outras necessidades básicas, como comércio e indústria, saúde, que somarão aproximadamente 6,9 bilhões de dólares cada; agricultura e proteção social, 4,2 bilhões de dólares respectivamente; transporte, 2,9 bilhões de dólares; abastecimento de água e saneamento, 2,7 bilhões de dólares; educação, 2,6 bilhões de dólares; e o setor ambiental, 1,9 bilhões de dólares, devido à “grande quantidade de escombros contendo munições não explodidas”. Nos primeiros três anos, o projeto demandará a liberação de pelo menos 20,568 bilhões de dólares para atender às necessidades mais urgentes.
Os combates entre Israel e Hamas, iniciados em outubro de 2023, deixaram mais de um quarto das estruturas do enclave destruídas ou severamente danificadas, com centenas de milhares de casas e estabelecimentos críticos comprometidos. O sistema de água e saneamento colapsou, com 80% de suas instalações fora de operação, incluindo plantas de tratamento, dessalinização, estações de bombeamento de esgoto, poços e reservatórios. Todos esses locais, assim como vias, ficaram cobertos por aproximadamente 50 milhões de toneladas de escombros, quantidade suficiente para encher o Central Park de Nova York, “sob os quais estão restos humanos, munições não detonadas, amianto e outros elementos perigosos”, conforme destaca o relatório da ONU.
Pouco antes da divulgação deste documento, com dados atualizados sobre a situação no local, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, trouxe à tona, no centro do debate internacional, a questão da reconstrução de Gaza, que, segundo seu plano, seria liderada pelos Estados Unidos. “Os Estados Unidos irão assumir a responsabilidade e desempenharão um bom trabalho (…) Nós possuiremos e seremos responsáveis por desmantelar as bombas perigosas não explodidas e outras armas existentes no local. Iremos nivelar a área e fomentar um desenvolvimento econômico que gerará um número ilimitado de empregos e residências para a população da região”, explicou recentemente, esclarecendo que nenhuma destas ações seria feita com o dinheiro dos contribuintes americanos nem com a intervenção de suas tropas.
Para implementar essa ideia, no entanto, seria necessário realocar temporariamente os habitantes do enclave para países da região, como Egito e Jordânia, acrescentou. Essa medida gerou grande insatisfação e completo repúdio entre as nações árabes, que a encararam como um deslocamento forçado do povo palestino, uma iniciativa que dificilmente resultaria em uma solução duradoura.
Fonte: gazetabrasil