Por Marcelo Teixeira
(Reuters) – A safra de café de 2025 do Brasil poderá sofrer perdas se as condições climáticas continuarem desfavoráveis aos cafezais, como ocorreu nos últimos meses, disse nesta quarta-feira um agrônomo da Cooxupé, a maior cooperativa cafeicultores do país.
Guilherme Vinicius Teixeira disse, durante uma apresentação aos cooperados na sede da Cooxupé, em Guaxupé (MG), que a maioria das lavouras não recebe chuva há mais de 120 dias, e que a umidade do solo está se aproximando de níveis criticamente baixos nas principais áreas produtoras do Sul de Minas Gerais e do Cerrado Mineiro.
“Esse longo período sem chuvas traz preocupações. Os agricultores precisam estar atentos aos cuidados com a lavoura, irrigar sempre que possível, manter um nível adequado de fertilização”, disse Teixeira.
A produção de café no Brasil tem sofrido com padrões climáticos erráticos, como geadas e períodos de altas temperaturas com poucas ou nenhuma chuva.
A safra de 2024, cuja colheita está cerca de 80% concluída, provavelmente será menor do que o esperado devido à falta de chuva e às temperaturas acima do normal.
“Tivemos o maio mais quente dos últimos dez anos, com chuvas abaixo do normal. Os frutos do café amadureceram muito rapidamente”, disse Teixeira. Os agricultores relataram grãos menores, levando a uma produção geral menor.
O agrometeorologista da Rural Clima Marco Antonio dos Santos também disse durante o evento que as chuvas devem chegar por volta do final de setembro, mas tendem a ser mais regulares quando chegarem, o que poderia proporcionar boas condições para a fase de floração da próxima safra.
“Devido à previsão de chegada do La Niña, provavelmente teremos chuvas mais frequentes”, disse ele.
As plantas que permanecerem em boas condições, apesar do longo período de seca, provavelmente vão se recuperar bem, mesmo que as chuvas cheguem apenas no final de setembro ou no início de outubro, disse José Donizete Alves, especialista em café da Universidade Federal de Lavras.
As plantações em más condições, entretanto, podem ter dificuldades e possivelmente não conseguirão converter as flores em frutos, acrescentou.
Fonte: noticiasagricolas