Sabotagem ucraniana do acordo de grãos deve sair pela culatra, diz especialista


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A Rússia se retirou do acordo de transporte de grãos mediado pela ONU e pela Turquia no último sábado (29), depois que seus navios de guerra e civis do mar Negro sofreram um ataque de drones supostamente coordenado pelo Reino Unido.
Por sua vez, a Rússia, um dos principais produtores mundiais de grãos, prometeu fornecer gratuitamente até 500.000 toneladas de grãos aos países mais pobres nos próximos meses para compensar os déficits das exportações ucranianas.
“A única razão para este ataque de drones, que é uma provocação que realmente ameaça interromper completamente a entrega de grãos da Ucrânia, é a vontade de sabotar o acordo de grãos e apresentar a Rússia como o arqui-vilão no conflito”, disse Gave. O comentarista acredita, no entanto, que o oposto provavelmente deve acontecer.
“No final, o efeito bumerangue provavelmente será que os países da África e do Oriente Médio ficarão muito mais conscientes de que podem contar com grãos russos e que o Ocidente, ao interromper a exportação de grãos pelo Mar Negro, é o culpado pelo desenvolvimento negativo“, disse ele.
Fragata Admiral Grigorovich da Frota do Mar Negro (arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 31.10.2022

O ataque fez com que o trigo e o milho fossem negociados em alta nos mercados de ações globais nesta segunda-feira (31), depois que o acordo de grãos de julho viu os preços de cereais e óleos vegetais caírem para níveis pré-conflito.
Gave, fundador do canal de notícias TVLibertes, disse que a Rússia só se beneficiaria com o ataque do drone ucraniano porque inflaria suas receitas de grãos, enquanto sua oferta de grãos gratuitos para os necessitados fortaleceria sua imagem como um parceiro confiável entre os países em desenvolvimento.
Ele também chamou o comportamento da Ucrânia de irresponsável porque arriscava um acordo que havia sido meticulosamente negociado pela Turquia para encenar um “exercício de relações públicas e uma provocação para criar o burburinho”.
“Vejo a Rússia ganhando cada vez mais capacidade de influenciar ‘o resto do mundo’ e afastar os países em desenvolvimento do Ocidente”, disse Gave. “As consequências são muito ruins para os países de destino da exportação de grãos. O Ocidente deve deixar de se envolver cada vez mais como cobeligerante no conflito e apoiar ativamente as negociações”, alertou.
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