Rússia sugere que Bruxelas negocie segurança nuclear em vez de vistos para turistas russos


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“Os esforços dos países da União Europeia devem visar a garantia da saúde e segurança dos seus próprios cidadãos […] no entanto, todos os dias lidam com a questão dos vistos […] A União Europeia deveria se dedicar à segurança da usina nuclear de Zaporozhie. Será que essas pessoas não entendem que a prioridade não são as viagens de turistas russos, mas a segurança nuclear”, disse a representante do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, à Sputnik.
Ela acrescentou que o regime de Kiev está usando ativamente armas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para bombardear as instalações da usina nuclear de Zaporozhie, cuja destruição poderia ter consequências imprevistas.
“Os neonazistas ucranianos estão usando ativamente armas da OTAN – artilharia de grande calibre, lançadores múltiplos de foguetes, drones – para bombardear suas instalações, incluindo aquelas cuja destruição pode ter consequências imprevisíveis”, disse Zakharova.
Zakharova enfatizou que a Rússia espera que a visita de uma missão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) à usina nuclear de Zaporozhie ajude a impedir as provocações da Ucrânia de um desastre nuclear e chantagem nuclear.
Entrada do território da usina nuclear de Zaporozhie, durante a operação militar da Rússia na Ucrânia, em Energodar, na Ucrânia (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 31.08.2022

“Esperamos que a visita de especialistas da AIEA à usina nuclear programada para hoje [31] ajude a conter as autoridades ucranianas em seu desejo de provocar um desastre nuclear e a acabar com a chantagem nuclear”, disse Zakharova em um briefing.
A representante do Ministério das Relações Exteriores da Rússia enfatizou que a equipe da AIEA está a caminho da usina nuclear de Zaporozhie e que a Rússia está fazendo todo o possível para tornar a viagem bem-sucedida e segura.
“A equipe da organização, segundo nossas informações, está a caminho [da usina]. Do lado russo, estamos fazendo todo o necessário e ainda mais. Estamos trabalhando há três meses, coordenando uma visita em si, uma inspeção, uma composição, a hora e a rota de regresso, desde 3 de junho, para que a missão liderada pelo diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, na usina nuclear de Zaporozhie, planejada há meses, pudesse finalmente ser realizada e cumprir todos os seus objetivos com segurança,” ele disse.
As tropas de Zelensky intensificaram nos últimos dias os ataques contra a usina nuclear localizada no sudeste da Ucrânia, que desde março está protegida pelos militares russos para impedir o roubo de materiais radioativos.
Com seis reatores e uma capacidade total de 6.000 megawatts, a usina nuclear de Zaporozhie, operada por pessoal ucraniano apesar dos bombardeios de Zelensky, é a maior da Europa.
Diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Mariano Grossi, durante coletiva de imprensa - Sputnik Brasil, 1920, 30.08.2022

Moscou pediu repetidamente à comunidade internacional, à ONU, ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha e a outras organizações que condenassem os ataques de Zelensky à usina nuclear que poderiam causar uma catástrofe pior que a de Chernobyl.
Em 29 de agosto, a AIEA enviou uma missão de inspetores à usina de Zaporozhie, que deve chegar à unidade nesta quarta-feira (31).
O vice-embaixador da Rússia na ONU, Dmitry Polyansky, instou o regime de Vladimir Zelensky a não atacar a missão de especialistas da AIEA durante a inspeção da usina nuclear.

Crise no estreito de Taiwan

Moscou considera que a passagem de navios norte-americanos pelo estreito de Taiwan é uma nova provocação destinada a dissuadir Pequim e desestabilizar a situação na região, sublinhou Maria Zakharova.
“Vemos a passagem de dois navios dos EUA pelas águas do estreito de Taiwan em 28 de agosto como uma nova provocação, como parte de uma cadeia de provocações destinadas a dissuadir Pequim, colocando pressão adicional sobre ela e desestabilizando a situação em geral.”
USS Barry navega pelo estreito de Taiwan, 23 de abril de 2020 - Sputnik Brasil, 1920, 30.08.2022

A situação em torno de Taiwan piorou após a visita da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, em 3 de agosto, apesar dos protestos da China.
A China, que considera Taiwan uma de suas províncias, condenou essa visita, interpretando-a como um passo de apoio dos EUA ao separatismo na ilha, e organizou exercícios militares em larga escala.
Os laços oficiais entre Pequim e Taipé foram rompidos em 1949, depois que as forças do partido nacionalista Kuomintang, liderados por Chiang Kai-shek, sofreram uma derrota na guerra civil contra o Partido Comunista da China e se mudaram para Taiwan.
As relações entre Taiwan e a China continental foram restabelecidas apenas em nível comercial e informal no final da década de 1980. A política fundamental do governo chinês em relação a Taiwan é a reunificação pacífica sob o princípio “um país, dois sistemas”.
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