Rússia: Israel vê resolução da ONU como permissão para continuar ‘limpeza’ na Faixa de Gaza


A resolução, aprovada na sexta-feira (22), busca garantir o acesso à ajuda humanitária na região e “criar condições para um cessar-fogo sustentável”.
Poliansky afirmou, em publicação no Telegram, que os israelenses consideram a decisão como permissão para continuar com o que descreve como limpeza em Gaza.
Ele destacou que tal interpretação vai de encontro ao espírito humanitário, enfatizando que “criar as condições” para um cessar-fogo duradouro não deveria implicar em uma escalada militar.
Palestinos que fogem do norte pela estrada Salaheddine, no distrito de Zeitoun, na periferia sul da cidade de Gaza, passam por tanques do Exército israelense em 24 de novembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 23.12.2023

“Está acontecendo exatamente aquilo sobre o qual alertámos durante o processo de votação da resolução humanitária sobre Gaza. Israel interpreta-o de tal forma que ‘criar condições’ para um cessar-fogo longo implica na continuação da limpeza do setor.”

O diplomata russo expressou perplexidade quanto aos benefícios da resolução para os palestinos e árabes em geral, classificando a situação como um “mistério”.
Ele baseou seus comentários nas recentes declarações do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que afirmou que Israel continuará suas operações militares na Faixa de Gaza até alcançar uma “vitória absoluta” sobre o grupo Hamas.
O líder, em pronunciamento no domingo, disse aos cidadãos israelenses que estão a intensificar a guerra na região. “É a única maneira de devolver nossos reféns, eliminar o Hamas e garantir que Gaza deixe de ser uma ameaça para Israel”, declarou.
Os combatentes do Hezbollah levantam a bandeira de seu grupo e gritam slogans enquanto assistem ao cortejo fúnebre do combatente do Hezbollah, Bilal Nemr Rmeiti, que foi morto por bombardeios israelenses, domingo, 22 de outubro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 24.12.2023

As tensões também se refletiram nas relações entre os Estados Unidos e Israel, com o primeiro-ministro israelense negando que as decisões militares de Israel estejam sendo limitadas pelos EUA.
Esta semana, o representante permanente da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, acusou os americanos de bloquearem apelo do Conselho de Segurança para o cessar das hostilidades na região.
A resolução, elaborada pelos Emirados Árabes Unidos, recebeu o apoio de 13 dos 15 membros do Conselho de Segurança. O documento exige o acesso irrestrito de ajuda humanitária à Faixa de Gaza e a libertação de reféns.

Fonte: sputniknewsbrasil

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